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Alckmin amplia comitê pró Lula e monta agenda 'antivaia'

Vice de Lula, Alckmin ganhou uma estrutura própria de campanha para tentar 'virar' votos para o PT no interior de São Paulo

O primeiro sinal de alerta na campanha foi dado em junho, quando Alckmin foi vaiado em Natal (RN) durante ato de apoio a Lula (Alexandre Schneider/Getty Images)

O primeiro sinal de alerta na campanha foi dado em junho, quando Alckmin foi vaiado em Natal (RN) durante ato de apoio a Lula (Alexandre Schneider/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de agosto de 2022 às 09h25.

Última atualização em 22 de agosto de 2022 às 09h26.

Candidato a vice de Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) ganhou uma estrutura própria de campanha para tentar 'virar' votos para o PT no interior de São Paulo e ampliar diálogo com representantes de setores refratários ao ex-presidente: empresários e representantes do agronegócio e da saúde em Estados como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.

Em paralelo, Alckmin, que tem evitado entrevistas a jornalistas, tem sido cauteloso na divulgação das agendas. Em conversas reservadas, aliados do ex-tucano admitem que setores da esquerda ainda resistem a Alckmin e temem que ele seja hostilizado. O primeiro sinal de alerta na campanha foi dado em junho, quando Alckmin foi vaiado em Natal (RN) durante ato de apoio a Lula diante de uma plateia formada por petistas e militantes de partidos aliados como o PSB, PCdoB e PSOL.

Alckmin não tem participado de agendas com os setores mais "radicais" da esquerda. O ex-governador não compareceu, por exemplo, a um ato de Lula na Universidade de São Paulo (USP) na semana passada. Nos bastidores, aliados do ex-governador admitem que temiam vaias, uma vez o público era formado por militantes de partidos de esquerda do movimento estudantil, setores mais hostis à aliança. Os petistas, porém, negaram que esse tenha sido o motivo da ausência.

Alckmin também não participou do ato de início oficial da campanha de Lula, na última terça-feira, 16, na porta de uma fábrica em São Bernardo do Campo. O público do evento era de operários.

No sábado, 20, em comício no Vale do Anhangabaú, militantes ensaiaram uma vaia no início do discurso de Alckmin, mas o ex-governador contornou a situação terminando sua fala com a brincadeira da receita de "Lula com chuchu" em alusão à chapa que disputa à Presidência. Ao lado do ex-presidente, Alckmin foi aplaudido.

"A militância do PT não teve nenhum problema com Alckmin", afirma o deputado Emídio Souza, coordenador do plano de governo de Fernando Haddad, candidato do PT ao governo de São Paulo. "O papel dele (Alckmin) na campanha é muito importante, especialmente em São Paulo. O ex-governador é um fiador importante tanto para o Lula quanto para o Haddad e ajuda a abrir portas", disse Emídio.

QG

Alckmin passou a despachar semana passada no comitê da campanha presidencial no Pacaembu, bairro nobre de São Paulo, onde recebeu uma sala no mesmo andar da do ex-presidente, com quem se reúne regularmente para traçar estratégias de campanha. O ex-tucano conta agora com um time em sua retaguarda.

Nesta semana, por exemplo, Alckmin vai participar em Brasília do Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos. O setor majoritariamente apoiou Bolsonaro em 2018 como reação ao programa Mais Médicos, que trouxe médicos cubanos para o Brasil.

"A aliança com o Alckmin não é só para ganhar eleições. É para governar o País", afirma um dos apoiadores da campanha e próximo a Lula, o advogado Marco Aurélio Carvalho.

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