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Operação de ajuda à Venezuela terá início amanhã, diz porta-voz

Segundo governo brasileiro, já há um caminhão com suprimentos em Boa Vista e outros quatro estariam chegando; a fronteira foi fechada por Maduro

Venezuela: Crise humanitária acomete o país (Ricardo Moraes/Reuters)

Venezuela: Crise humanitária acomete o país (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 19h34.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2019 às 19h47.

Brasília - O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, confirmou nesta sexta-feira, 22, que o Brasil irá iniciar o processo de entrega de alimentos e medicamentos para a Venezuela neste sábado, 23. A operação de ajuda humanitária deverá durar por mais alguns dias, mas ainda não há previsão de término da ação.

De acordo com o porta-voz, o governo brasileiro tentará entregar 200 toneladas de alimentos básicos, como arroz, feijão, café, leite em pó, açúcar, sal e kits de primeiros socorros. As doações serão transferidas por caminhões venezuelanos com motoristas também venezuelanos de Boa Vista, capital de Roraima, até Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. O deslocamento será de 180 km e a estimativa da viagem é de 4 horas. A segurança do transporte será feito pela Polícia Rodoviária Federal.

"Há hoje um caminhão em território brasileiro estacionado em Boa Vista", afirmou Barros. A operação é gerenciada por uma junta ministerial e pela Presidência da República. "A operação tem caráter exclusivamente de ajuda humanitária, não tendo interesse do país no emprego de quaisquer outras frentes neste momento", completou.

De acordo com o porta-voz, o governo brasileiro confirmou a informação de 12 pessoas feridas, sendo que algumas delas foram atendidas em Boa Vista.

Mais cedo, foi realizada uma reunião do gabinete de crise do governo para tratar da situação no país vizinho. O governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), participou do encontro por vídeo conferência.

No Palácio do Planalto, estiveram reunidos o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, além de representantes dos ministérios da Defesa, Relações Exteriores, Infraestrutura, Minas e Energia, entre outros. A hostilidade do governo venezuelano tem dado o tom dos últimos movimentos que envolvem o envio de ajuda humanitária advinda dos Estados Unidos para o país latino.

O presidente encarregado da Venezuela, Juan Guaidó, confirmou hoje, em sua conta no Twitter, que uma mulher foi morta e outras 12 pessoas ficaram feridas na fronteira da Venezuela com o Brasil depois que soldados venezuelanos abriram fogo contra um grupo de civis que tentava impedir a passagem dos militares.

Os soldados, por sua vez, foram enviados pelo governo para evitar que a ajuda humanitária adentrasse o país. Um avião da Força Aérea Brasileira chegou hoje pela manhã em Boa Vista, capital de Roraima, com ajuda humanitária para ser entregue na fronteira da Venezuela, fechada pelo governo do presidente Nicolás Maduro.

Um total de 19 lotes de arroz, 14 de açúcar, dezenas de sacos de leite em pó e de caixas com medicamentos está armazenado em um hangar na Base Aérea de Boa Vista a espera de transporte para cruzar a fronteira.

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