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Ainda sem Coronavac, governo prevê 300 milhões de doses de vacina em 2021

O governo incluiu a Coronavac em grupo de candidatas em plano de imunização, mas aposta sobretudo em AstraZeneca, Covax e eventualmente na Pfizer

Coronavac: vacina da chinesa Sinovac tem sido desenvolvida em parceria com o Insitituto Butantan no Brasil (Thomas Peter/Reuters)

Coronavac: vacina da chinesa Sinovac tem sido desenvolvida em parceria com o Insitituto Butantan no Brasil (Thomas Peter/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2020 às 17h46.

Última atualização em 12 de dezembro de 2020 às 18h05.

O governo federal divulgou novas informações sobre seu plano de imunização ao Supremo Tribunal Federal (STF). No novo plano, o Ministério da Saúde incluiu a projeção de que espera ter quase 300 milhões de doses de vacinas para imunizar nacionalmente a população ao longo de 2021.

Sem incluir os números da Coronavac, desenvolvida com o Instituto Butantan, o documento cita que o Brasil garantiu quase 300 milhões de doses de vacinas contra a covid. 

No primeiro semestre, são 100,4 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca (que também será produzida pela Fiocruz), e outras 30 milhões de doses por mês nos meses restantes do ano. Com a Covax Facility, aliança de vacinas da ONU, são outras 42,5 milhões de doses.

As vacinas integrantes da Covax e a da AstraZeneca ainda não concluíram os testes e não foram submetidas à aprovação por agências internacionais. Ainda não se sabe quais vacinas da Covax serão aprovadas internacionalmente e poderão ser usadas pelo Brasil.

O governo cita ainda que está em fase de negociação com a Pfizer para a compra de 70 milhões de doses (a Pfizer não faz parte das vacinas inclusas na Covax). A vacina da Pfizer foi aprovada primeiramente no Reino Unido há duas semanas e, nesta sexta-feira, recebeu a aprovação da FDA, a "Anvisa americana". O Reino Unido já começou a vacinar pessoas do grupo de risco e os EUA prometem começar a vacinação nos próximos dias.

O documento com as projeções de vacinação brasileiras foi divulgado neste sábado pelo STF, mas data de quinta-feira, 10. Em fala na semana passada, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, já havia citado as 300 milhões de doses, também sem a Coronavac.

No documento, entregue ao STF em um dos processos sobra vacinação que tramitam na Corte, o governo projeta imunizar 51,4 milhões de pessoas no primeiro semestre de 2021.

Ao todo, o governo estima serem necessárias cerca de 108 milhões de doses para vacinar os grupos considerados prioritários. Todas as vacinas citadas precisam de duas doses para garantir a imunização.

As atualizações no STF vem após o governo federal ter sido pressionado por governadores a divulgar mais detalhes sobre como pretende imunizar a população e sobretudo após o governo de São Paulo anunciar a data de 25 de janeiro para o começo da vacinação com a Coronavac.

O plano cita a Coronavac somente como potencial candidata ao plano de vacinação, ao lado de outras vacinas candidatas, totalizando 13 imunizantes. A Coronavac não constava nas contas anteriores divulgadas pelo Ministério e vem sendo tema de discórdia entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Ao todo, o governo de São Paulo negociou 46 milhões de doses com a Sinovac, parte pronta e parte a ser fabricada pelo Instituto Butantan.

Governadores e especialistas em saúde pública têm pressionado o governo para também incluir a Coronavac no plano nacional de imunização. Ontem, nova polêmica envolvendo a vacina chinesa e o governo federal surgiu após o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, afirmar que o governo preparava uma MP para "requisitar" vacinas compradas por outros estados. O Ministério da Saúde negou a informação. 

Quem será vacinado primeiro

A nota técnica divulgada hoje continua apontando os mesmos grupos prioritários para a vacinação que já haviam sido divulgados em plano anterior do governo.

Primeiro, trabalhadores dos serviços de saúde, idosos mais velhos, a partir de 80 anos (e depois de 75 a 79 anos), e indígenas.

Na segunda fase, viriam pessoas de 70 a 74 anos, em seguida de 65 a 69 anos e de 60 a 64 anos. Na terceira fase, pessoas com comorbidades (como hipertensão, transplantados, entre outros). Por fim, dentre os grupos prioritários, professores, forças de segurança e funcionários do sistema prisional.

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