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Agressão à imprensa é agressão à liberdade de expressão, diz Alcolumbre

Presidente do Senado, em divergência com o discurso de Bolsonaro, repudiou os ataques à imprensa e reforçou o apoio ao isolamento social no país

Governo Bolsonaro: Alcolumbre tem servido como intermediário das negociações do governo com o Congresso (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Governo Bolsonaro: Alcolumbre tem servido como intermediário das negociações do governo com o Congresso (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de maio de 2020 às 09h39.

Última atualização em 7 de maio de 2020 às 17h10.

O presidente do Senado,  Davi Alcolumbre (DEM-AP), deu uma série de recados ao governo Jair Bolsonaro durante a sessão virtual para votar o projeto de auxílio emergencial aos Estados e municípios, no final da tarde desta quarta-feira, 6. Três dias após Bolsonaro participar de novo ato em defesa da intervenção militar, e com palavras de ordem contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), Alcolumbre quebrou o silêncio e disse que não vai tolerar ataques à imprensa e às instituições. "Peço para que o governo federal nos lidere, todos os brasileiros. O governo federal lidera, o Parlamento ajuda", afirmou ele.

No último fim de semana, enquanto Bolsonaro participava das manifestações, a equipe do Estadão foi agredida por seus apoiadores. Na terça-feira, 5, em entrevista à imprensa, o presidente também mandou jornalistas calarem a boca. Até a noite desta quarta, Alcolumbre tinha evitado comentar os episódios.

"As coisas estão muito difíceis aqui. Vocês têm acompanhado à distância o enfrentamento a todo o momento. Agressão à imprensa, que é lamentável, lamentável. A agressão à imprensa também é a agressão à liberdade de expressão. Tem a minha solidariedade, o meu apoio e o meu repúdio", disse Alcolumbre.

Em divergência com o discurso de Bolsonaro, Alcolumbre também disse que concorda com o isolamento social como medida de combate ao novo coronavírus. "A gente pede para não colapsar (o sistema de saúde), façam isolamento social para diminuir a curva. Ele (sistema) já está colapsado. Então, estamos ajudando a manter as pessoas vivas com essa manifestação, que eu concordo que é da OMS e dos cientistas da área da saúde", disse.

Alcolumbre chegou até a citar como referência o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que também é do DEM e foi demitido. Enquanto Bolsonaro continua em rota de colisão com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Alcolumbre tem servido como intermediário das negociações do governo com o Congresso. Na segunda-feira, 4, por exemplo, esteve no Palácio do Planalto junto com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).

 

Nesta quarta, Maia conversou com os ministros da Casa Civil, Braga Netto, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. O presidente da Câmara disse ter um ótimo relacionamento com os dois e negou conversas sobre um possível encontro entre ele e Bolsonaro. (Colaborou Camila Turtelli) (DEM-AP), deu uma série de recados ao governo Jair Bolsonaro durante a sessão virtual para votar o projeto de auxílio emergencial aos Estados e municípios, no final da tarde desta quarta-feira, 6. Três dias após Bolsonaro participar de novo ato em defesa da intervenção militar, e com palavras de ordem contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), Alcolumbre quebrou o silêncio e disse que não vai tolerar ataques à imprensa e às instituições. "Peço para que o governo federal nos lidere, todos os brasileiros. O governo federal lidera, o Parlamento ajuda", afirmou ele.

No último fim de semana, enquanto Bolsonaro participava das manifestações, a equipe do Estadão foi agredida por seus apoiadores. Na terça-feira, 5, em entrevista à imprensa, o presidente também mandou jornalistas calarem a boca. Até a noite desta quarta, Alcolumbre tinha evitado comentar os episódios.

"As coisas estão muito difíceis aqui. Vocês têm acompanhado à distância o enfrentamento a todo o momento. Agressão à imprensa, que é lamentável, lamentável. A agressão à imprensa também é a agressão à liberdade de expressão. Tem a minha solidariedade, o meu apoio e o meu repúdio", disse Alcolumbre.

Em divergência com o discurso de Bolsonaro, Alcolumbre também disse que concorda com o isolamento social como medida de combate ao novo coronavírus. "A gente pede para não colapsar (o sistema de saúde), façam isolamento social para diminuir a curva. Ele (sistema) já está colapsado. Então, estamos ajudando a manter as pessoas vivas com essa manifestação, que eu concordo que é da OMS e dos cientistas da área da saúde", disse.

Alcolumbre chegou até a citar como referência o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que também é do DEM e foi demitido. Enquanto Bolsonaro continua em rota de colisão com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Alcolumbre tem servido como intermediário das negociações do governo com o Congresso. Na segunda-feira, 4, por exemplo, esteve no Palácio do Planalto junto com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).

Nesta quarta, Maia conversou com os ministros da Casa Civil, Braga Netto, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. O presidente da Câmara disse ter um ótimo relacionamento com os dois e negou conversas sobre um possível encontro entre ele e Bolsonaro. 

 

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