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Agnelo rompe com Delta antes de depor na CPI

Governador do Distrito Federal determinou o rompimento do contrato de limpeza que a empresa mantinha com o governo por força de liminar desde 2010

Agnello, na época de sua eleição: os inspetores também encontraram irregularidades em outros serviços, como o recolhimento de entulho (Arquivo/AGÊNCIA BRASIL)

Agnello, na época de sua eleição: os inspetores também encontraram irregularidades em outros serviços, como o recolhimento de entulho (Arquivo/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2012 às 16h18.

Brasília - Para tentar se desvincular da Delta antes de depor à CPI do Cachoeira, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), determinou o rompimento do contrato de limpeza que a empresa mantinha com o governo por força de liminar desde 2010. A decisão foi anunciada após a Justiça do Distrito Federal cassar a liminar nesta semana.

A decisão vem mais de um ano depois de o próprio governo constatar fraudes na execução dos contratos pela Delta. Em inspeção realizada em janeiro e fevereiro de 2011, a Secretaria de Transparência do DF constatou superfaturamento nos valores pagos, descumprimento de itens previstos em licitação e prestação de serviços de qualidade inferior à prevista.

A Delta detinha dois lotes do serviço de limpeza, o que correspondia a cerca de 70% do mercado no DF. Na varrição, os inspetores constataram que a empresa recebia o dobro do que deveria. O pagamento era feito conforme a quilometragem varrida. Em vez de medi-la pelo leito da rua, a contagem era feita pelo meio-fio na ida e na volta. Em outras palavras, uma mesma via era medida duas vezes. Os pagamentos indevidos, somente entre abril e dezembro de 2010, somaram R$ 9,5 milhões.

Os inspetores também encontraram irregularidades em outros serviços, como o recolhimento de entulho. A pesagem era feita apenas na entrada do caminhão no aterro sanitário, e não na saída, tornando impossível atestar quanto material, de fato, havia sido levado ao local. No ano passado, a balança quebrou e a medição foi feita no "olhômetro" por três meses, dando margem a mais fraudes. Documentos que registram o volume de carga recolhida tinham indícios de que haviam sido forjados. 

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