Bunker: a conferência da montanha de cédulas se arrastou por cerca de 12 horas (Polícia Federal/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de setembro de 2017 às 17h37.
São Paulo - O delegado Daniel Justo Madruga, superintendente regional da Polícia Federal na Bahia, disse nesta quarta-feira, 6, que os agentes ficaram "surpresos" com o volume de dinheiro vivo encontrado no apartamento do bairro da Graça, em Salvador, apontado como bunker do ex-ministro Geddel Vieira Lima.
O delegado informou que os R$ 51 milhões apreendidos já foram depositados em contas judiciais na Caixa Econômica Federal (R$ 42,6 milhões) e no Banco Central (US$ 2,68 milhões). A PF investiga agora a origem da dinheirama.
Geddel está em prisão domiciliar em Salvador. Ele ainda não se manifestou sobre a fortuna que os investigadores suspeitam ter origem em atos de corrupção.
O delegado destacou que a PF recebeu informações sobre o apartamento localizado na Rua Barão de Loreto, 360, segundo andar, que pertence ao empresário da construção civil Silvio Silveira.
"Recebemos informações que havia um apartamento que poderia ter documentos referentes ao ex-ministro. Foi pedido um mandado de busca em Brasília e nós demos cumprimento. Os policiais ficaram surpresos. Esperavam encontrar documentos e se depararam com caixas e caixas e malas de dinheiro."
A conferência da montanha de cédulas, destacou o delegado, se arrastou por cerca de 12 horas, até o início da madrugada desta quarta, 6.
Uma empresa transportadora de valores ajudou a PF na contagem, disponibilizando oito máquinas e onze funcionários.
O superintendente regional da PF anotou que "possuir, ter o dinheiro, por si só, não é crime".
"Essa investigação está em curso em Brasília. Vai apurar se a origem desse dinheiro é ou não lícita."
Sobre o empresário Silvio Silveira, que teria emprestado o imóvel para Geddel, o delegado disse.
"A informação é que esse apartamento foi cedido para supostamente guardar pertences do pai (falecido) do ex-ministro Geddel. Mas quando fomos lá deparamos com dinheiro. Teria sido uma desculpa que ele usou para colocar o dinheiro lá. A nossa função foi cumprir essa busca. No levantamento verificamos esse possível esconderijo."