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Aeronautas e aeroviários confirmam paralisação para amanhã

As duas categorias reivindicam um aumento de 8,5% nos salários e demais benefícios


	Aeroporto: paralisação foi decidida em assembleia na semana passada
 (Paul J. Richards/AFP)

Aeroporto: paralisação foi decidida em assembleia na semana passada (Paul J. Richards/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 18h51.

São Paulo - Os trabalhadores da aviação civil confirmaram a paralisação já programada para a manhã desta quinta-feira (22).

A mobilização de aeronautas e aeroviários da base da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT (Fentac) vai paralisar as decolagens e atendimentos nos aeroportos do país das 6h às 7h.

O movimento é organizado pelos sindicatos dos Aeroviários de Guarulhos, Porto Alegre, Campinas, Recife, do Sindicato Nacional dos Aeroviários, que representa 22 estados, e do Sindicato Nacional dos Aeronautas.

A paralisação foi decidida em assembleia na semana passada, após as entidades patronais terem proposto um reajuste de 6,5% nos salários, que corresponderia a um pequeno ganho real, de 0,17%, e 8% nos vales-alimentação e refeição, proposta considerada "inaceitável" pelos trabalhadores.

As duas categorias reivindicam um aumento de 8,5% nos salários e demais benefícios.

Em nota divulgada nesta quarta-feira, a Fentac afirmou que "a paralisação será deflagrada em razão que o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA), que representa as companhias TAM, GOL, Azul e Avianca, não apresentou até o final desta segunda-feira (19) uma nova proposta de reajuste salarial e melhoria nos benefícios sociais para os trabalhadores da aviação civil".

Conforme apurou o Broadcast, uma nova proposta, de reajuste de 6,83% - o que corresponde à reposição de inflação mais um ganho real de 0,50% - chegou a ser colocada na mesa pelas empresas na semana passada, mas os representantes das categorias a rechaçaram, depois de já terem reduzido duas vezes sua reivindicação - inicialmente, eles defendiam um aumento de 11%.

Nesta tarde, ainda havia tentativas de negociação.

Apesar de a paralisação estar prevista para durar apenas uma hora, em período ainda não considerado de pico, empresas aéreas e sindicalistas preveem impactos nas atividades para as horas seguintes de operação, com possíveis atrasos nos voos.

O presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru/CUT), Orisson Melo, afirmou, em nota, que a paralisação terá um reflexo nos aeroportos de todo o país, podendo ocasionar um atraso de até cinco horas nos voos nacionais e internacionais.

"No GRU Airport, acreditamos que, por ser o maior em tráfego de passageiros do Brasil, o impacto do atraso de uma hora será bem maior, em razão também das conexões que são feitas entre os voos em Guarulhos entre os Estados", acrescentou.

Já as empresas preparam planos de contingência para tentar minimizar os impactos, mas, até o momento, não indicaram uma estimativa de impactos na malha e nos atrasos.

Na tentativa de reduzir os reflexos, o SNEA entrou com ação cautelar preparatória do dissídio coletivo de greve no Tribunal Superior do Trabalho (TST), que determinou um efetivo mínimo de 80% de aeronautas e aeroviários em serviço durante a paralisação.

Foi estabelecida também multa diária de R$ 100 mil no caso de descumprimento dessa determinação judicial.

Assembleia

Também para amanhã está prevista uma nova assembleia dos aeronautas, às 15 horas, para avaliar os resultados da mobilização e definir os rumos do movimento nos dias seguintes.

"A assembleia pode inclusive definir ações mais incisivas, como a ampliação do período de paralisação diário, para que as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas", diz a convocação do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA).

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