Aécio: segundo ele, o número de dependentes do crack chega a 1 milhão (Marcos Fernandes/Coligação Muda Brasil)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2014 às 16h01.
São Paulo - O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse nesta quarta-feira, 17, que deverá rever as relações diplomáticas com países produtores de droga, destacando que o principal alvo da estratégia deve ser a Bolívia, mas citando também Colômbia e Paraguai.
A sinalização foi feita em encontro com mulheres tucanas, no diretório estadual da legenda na Capital.
"Nós sabemos que as drogas e as armas que matam no Brasil não são produzidas aqui, são produzidas aqui ao lado, tem uma coisa que ninguém tocou ainda que eu estou tocando e no primeiro momento que falei isso as pessoas se surpreenderam, que é a Bolívia. Vamos por o dedo na ferida", afirmou, destacando que a Bolívia produz hoje quatro vezes mais cocaína do que consome.
"E produzem com a complacência, conveniência e vistas grossas do governo de lá."
Ao afirmar que poderá rever as relações com os países produtores de droga, Aécio criticou o governo do PT, dizendo que a gestão petista assiste ao crescimento da violência e criminalidade e financia obras nesses países.
"Não faremos parceria e nem daremos financiamento a países que não tenham programa de inibição da produção de drogas", disse, reiterando que não se pode fazer vistas grossas a este tema e dizendo que no governo petista, "o BNDES está volta e meia dando financiamento a esses países".
O tucano reconheceu que existe uma relação de solidariedade com essas nações, mas que só será mantida a partir do momento em que tenham responsabilidade.
"No meu governo só vai haver relação com esses países quando eles tiverem a responsabilidade de inibir o cultivo, seja da matéria prima, da maconha ou da própria droga."
Após o evento, o candidato do PSDB à Presidência da República voltou a tocar no tema, dizendo mais uma vez que o Brasil tem um número grande de parcerias com esses países e não cobra, em contrapartida, nenhuma ação efetiva para coibir a produção de drogas, "que atravessam as fronteiras do País de forma absolutamente livre para matar vidas".
E reiterou: "Temos de tratar segurança pública num plano mais amplo, com controle mais efetivo das fronteiras e também numa relação diferenciada com os países produtores de drogas."
O tucano disse que se eleito não concederá financiamento e nem estabelecerá parcerias com países que não tiverem internamente um programa confiável de diminuição e inibição da produção de drogas.
"Estou sinalizando de forma muito clara, nós vamos ter uma conversa no nível diferenciado com os países que aceitam a produção ou de drogas ou de matéria prima de drogas em seu território. Chega de fazermos vistas grossas."
Segundo ele, o número de dependentes do crack chega a 1 milhão. "A matéria prima disso tudo não é feita no Brasil, vamos conduzir uma política externa não para ser gostado pelos países vizinhos, como fez o PT, pelos menos em relação a alguns deles, mas para ser respeitado por esses países."
E voltou às críticas ao governo petista: " Não irei terceirizar responsabilidades, o atual governo assiste ao crescimento da criminalidade, da violência, terceirizando responsabilidades e não executando o orçamento de segurança pública. No meu governo vai ser diferente."