Aécio Neves (PSDB) participa da sabatina, promovida pelo Estadão, em São Paulo (Orlando Brito/Coligação Muda Brasil/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2014 às 18h57.
São Paulo - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, procurou nesta quarta-feira reforçar a ideia de que representa uma mudança segura em relação ao governo comandado pela presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT.
O tucano tem adotado essa estratégia depois que pesquisas de intenção de voto mostraram a candidata do PSB à frente dele com ampla vantagem. Aécio também voltou a bater na tecla de que tem a melhor equipe para governar o país e cobrou clareza de propostas de seus adversários.
"Temos que respeitar, como eu respeito as outras candidaturas, mas eu não conheço com clareza qual o caminho que elas apresentam ao Brasil", disse o tucano em entrevista ao portal do jornal O Estado de S. Paulo na Internet.
"O modelo que eu represento é o caminho de uma transição segura para um regime fiscal e a política social que vai permitir ao Brasil reecontrar-se com seu destino e com suas esperanças."
Aécio procurou exaltar a equipe que está com ele na campanha eleitoral, depois de anunciar no debate da Band, na madrugada desta quarta, que se vencer as eleições terá o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga como ministro da Fazenda.
"Nós temos uma seleção brasileira, nós temos dois, três times para jogarem juntos. E o nosso time não vai se restringir somente ao primeiro escalão", disse.
Os partidários de Aécio têm procurado exaltar o quadro técnico do PSDB que acompanha o candidato e membros da campanha apontaram que Marina não tem uma equipe ao seu lado.
Um dos membros da equipe marineira, inclusive, foi ironizado por Aécio, o economista Eduardo Giannetti, conselheiro econômico da ex-senadora, que em entrevista à Folha de S.Paulo nesta semana disse que Marina chamará os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para serem seus aliados.
Para o candidato tucano, no entanto, Marina precisará escolher qual lado vai seguir, se o da estabilização da economia e das privatizações, representado por FHC, ou se o do "mensalão" e do "aparelhamento do Estado".
Aécio afirmou ainda que o modelo atual de governo do PT "se esgotou" e que a administração de Dilma "fracassou". Ele disse que o Brasil "não é para amadores" e que os eleitores precisam saber bem em que estão votando.
"O Brasil não é para amadores. O futuro que nos espera enseja experiência e competência", disse.
"É muito importante que as pessoas saibam em quem elas estão votando, no que estão votando, não apenas na pessoa em que estão votando."
Autonomia do BC
O tucano se comprometeu com a autonomia do Banco Central e disse que, pelo histórico do PSDB, a formalização dessa independência em lei é "secundário".
"O nosso governo, até pela história e pela formação daqueles que estarão na área econômica, o Banco Central será independente. A questão se isso vai ser através de uma lei que determine isso, no nosso caso é secundário, porque a independência formal existirá", disse.
Ele prometeu ainda que uma administração sua terá uma política fiscal "absolutamente transparente" e, embora tenha evitado se comprometer com uma meta de superávit primário, afirmou que o superávit será "crescente".
Aécio disse não ser possível ainda falar em tamanho de superávit caso vença as eleições, pois não há como saber quais as "bombas-relógio" que foram armadas pelo governo Dilma e que explodirão no futuro.