Aécio Neves: "O cidadão que é acusado pela nota da Presidência da República de ter sido responsável por levá-la (Dilma) a um equívoco foi promovido nesse governo" (Pedro França/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2014 às 15h41.
Brasília - A ascensão do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, à diretoria financeira da BR Distribuidora foi questionada nesta quinta-feira, 20, pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG).
O tucano afirmou que se havia conhecimento da presidente Dilma Rousseff sobre irregularidades técnicas de Cerveró, avaliador da aquisição irregular de Refinaria em Pasadena (EUA), o executivo deveria ter sido "afastado da vida pública".
O jornal O Estado de S. Paulo publicou nesta quarta-feira, 19, reportagem informando que "documentos inéditos mostram que Dilma Rousseff votou em 2006, quando era ministra e presidia o Conselho de Administração da Petrobras, a favor da compra de 50% da refinaria de Pasadena, nos EUA" e que ao justificar a decisão, disse que só apoiou a medida porque recebeu "informações incompletas" de um parecer "técnica e juridicamente falho".
A Petrobras acabou desembolsando US$ 1,18 bilhão na operação. A compra é investigada por Polícia Federal, Tribunal de Contas da União e Congresso por suspeitas de faturamento e evasão de divisas, informa a reportagem.
O "resumo executivo" sobre o negócio Pasadena foi elaborado em 2006 pela diretoria internacional da Petrobras, então comandada por Cerveró, que defendia a compra da refinaria como medida para expandir a capacidade de refino no exterior e melhorar a qualidade dos derivados de petróleo brasileiros. Conforme o jornal revelou na edição desta quinta que Cerveró, responsável pelo parecer "falho", viajou de férias.
"O cidadão que é acusado pela nota da Presidência da República de ter sido responsável por levá-la (Dilma) a um equívoco foi promovido nesse governo", disse.
A declaração foi dada após o senador tomar conhecimento de que, conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo, Cerveró viajou em férias à Europa.
"Se houve um encaminhamento do qual ela (Dilma) não tinha conhecimento e se isso foi feito por má-fé, o encaminhamento tinha de ser a punição exemplar de quem fez isso. Se foi por negligência de quem fez esse encaminhamento, segundo ela, que não trouxe o conjunto dos dados, no mínimo teria que ser afastado da vida pública", afirmou o senador.
Aécio disse que irá apresentar um requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias.
O senador convocou a base aliada para integrar o grupo de trabalho, apelando para a distensão entre PT e PMDB na Câmara. "Vamos, na próxima terça-feira, nos reunir à oposição no Congresso Nacional para construir um grande esforço para que possamos ter a CPI da Petrobras", indicou.