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Aécio promete rever acordo do Mais Médicos com Cuba

Candidato criticou gestão de Dilma, adversária nas eleições: "vamos financiar os médicos cubanos e não o governo cubano", disse ele


	Aécio Neves: além do problema dos salários dos médicos cubanos, é preciso avançar na saúde
 (Divulgação/Orlando Brito)

Aécio Neves: além do problema dos salários dos médicos cubanos, é preciso avançar na saúde (Divulgação/Orlando Brito)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2014 às 16h36.

São Paulo - O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, admitiu nesta quarta-feira, 16, pela primeira vez, desde que começou sua caminhada rumo ao Palácio do Planalto, que pretende rever o acordo que o Brasil fez com Cuba no Programa Mais Médicos.

Em sabatina na capital paulista, ele criticou a gestão do PT, principalmente a da adversária neste pleito, Dilma Rousseff, dizendo que o governo brasileiro financia o governo cubano através do Mais Médicos. "Vamos financiar os médicos cubanos e não o governo cubano."

Apesar do argumento, reconheceu a importância do Programa Mais Médicos, ressalvando que, além do problema dos salários dos médicos cubanos, é preciso avançar mais no setor da saúde.

Durante a sabatina, ele foi aplaudido pela plateia em vários momentos, entre eles quando disse que é preciso rever o acordo feito com Cuba. Questionado se o governo cubano toparia rever o acordo, afirmou que é Cuba que deveria se enquadrar às regras impostas pelo Brasil. "Vamos rever essas regras", disse.

Ele classificou de "absurdo" os médicos cubanos receberem cerca de 20% do que o governo brasileiro repassa para o governo cubano.

"Os médicos estrangeiros são bem-vindos em nosso país, mas é preciso que os médicos cubanos recebam a mesma remuneração dos outros profissionais", disse, evitando responder como arcaria com os possíveis gastos extras com essa medida.

Campos

Aécio foi indagado sobre a declaração do presidenciável do PSB, Eduardo Campos, nesta terça-feira, 15, na mesma sabatina.

Campos disse que os tucanos estão nesta campanha com a ala conservadora do País, numa referência ao apoio do PMDB, e que Aécio, portanto, representa a "mudança conservadora".

O candidato do PSDB disse que não iria brigar com o socialista. "Eu não vou brigar com o Eduardo", dizendo que eles são amigos há muito tempo, muito antes desta campanha eleitoral.

Aécio citou que chegou a receber a equipe de governo de Campos, quando estava no comando de Minas Gerais, para a troca de experiências.

E disse que ele é um candidato competitivo e que vem fazendo a campanha de forma adequada. Mas, rebateu os conceitos de direita e esquerda, alegando que hoje eles são muito abstratos.

E aproveitou para devolver a crítica de Campos, dizendo que ele acha o PSDB conservador, mas apoia os dois principais governadores do partido (em São Paulo o PSB de Campos integra a chapa do tucano Geraldo Alckmin como vice e no Paraná apoia o tucano Beto Richa).

Para o presidenciável, esses conceitos de direita e esquerda são muito abstratos hoje. Ele exemplificou: "Vamos pegar um governo (PT) que propiciou os maiores lucros da história ao sistema financeiro e vamos pegar outro governo (PSDB) que colocou 97% das crianças na escola, me diz qual é de esquerda e qual é de direita, provavelmente a maioria vai dizer que o governo do presidente Fernando Henrique seria de esquerda e o do PT e Lula e Dilma seria de direita".

E voltou a falar de sua plataforma de campanha: "O que eu quero é um governo efetivo e eficiente."

Medidas amargas

Em sabatina promovida nesta quarta-feira pela Folha de S.Paulo, portal UOL, Jovem Pan e SBT, o tucano disse que o governo do PT, seu maior adversário neste pleito, é o responsável pela adoção das chamadas "medidas amargas".

Ele acusou o PT ao ser questionado sobre a afirmação que teria feito sobre a necessidade de se adotar tais medidas no ano que vem.

"Não há medidas impopulares, isso está virando lenda, são medidas necessárias que terão de ser tomadas. As medidas impopulares estão sendo tomadas pelo atual governo", disse, repetindo: "Não tenham dúvidas que vou tomar as medidas necessárias para colocar nosso País no caminho do crescimento.

O reajuste real do salário mínimo este ano será de 1% apenas, é este cenário que nos trouxe o atual governo."

Aécio disse que faltou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fazer as reformas necessárias quando estava no poder.

E voltou a dizer que o governo do PT, incluindo a atual gestão de Dilma Rousseff, sua concorrente neste pleito, é que vem adotando medidas amargas, sobretudo para a população mais carente.

E afirmou que essa é a razão maior que mais de 70% da população pregarem mudanças. O tucano disse ainda que o Brasil é um País de obras inacabadas.

Aécio prometeu, mais uma vez, caso eleito, manter o Programa Bolsa Família. E chamou de terrorismo eleitoral os que dizem que o PSDB poderá acabar com ele, caso chegue novamente ao poder.

"O que vou fazer é tirar este programa da agenda eleitoral e aprimorá-lo", destacou. "Os programas que estão dando certo, não terei problema em aprimorá-lo e continuar."

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