Aécio Neves: “a experiência do PT no governo custou muito caro ao país" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2014 às 11h46.
São Paulo - O candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) reafirmou nesta quinta-feira seu compromisso de retomar o crescimento da economia brasileira, o que, segundo ele, é a única maneira de garantir o reajuste real do salário mínimo.
Em visita a um canteiro de obras na zona oeste de São Paulo na manhã desta quinta-feira, o tucano reiterou que, caso seja eleito, irá também reajustar a tabela do imposto de renda e combater a inflação com tolerância zero.
“O atual governo perdeu a capacidade de gerar as expectativas necessárias ao crescimento da nossa economia”, afirmou o candidato a jornalistas após tomar café com trabalhadores no refeitório da obra.
O país tem apresentado fraco crescimento econômico. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) a serem divulgados na sexta-feira devem mostrar que a economia teve no segundo trimestre a maior queda desde a crise financeira global de 2008/09, resultando em breve recessão, segundo pesquisa da Reuters.
“O Brasil passa por uma crise dramática na sua indústria, empresas já anunciam a possibilidade de demissões. Isso é resultado da incapacidade desse governo de garantir a competitividade necessária às indústrias brasileiras”, disse Aécio, que estava acompanhado das principais lideranças regionais de seu partido, entre eles o governador Geraldo Alckmin e o candidato tucano ao Senado, José Serra.
Aécio defendeu ainda uma política externa que permita “uma ampliação do mercado de quem produz no Brasil”, assim como promover uma série de reformas internas para garantir a competitividade do setor.
Perguntado sobre os resultados das últimas pesquisas de intenção de votos, nas quais figurou como o terceiro colocado na corrida presidencial atrás da presidente Dilma Rousseff (PT) e da ex-ministra Marina Silva (PSB), Aécio afirmou que as pesquisas são como uma “radiografia, ou um retrato” de um momento, sinalizando o reflexo do acidente que vitimou Eduardo Campos na mudança de quadro revelada pelas últimas consultas populares.
“A nossa proposta continua a mesma. Nós não temos uma proposta improvisada para o Brasil, temos uma proposta extremamente consistente”, disse.
O senador mineiro ainda aproveitou a oportunidade para atacar mais uma vez o atual governo, classificando-o como um fracasso na “condução da economia e na gestão do Estado”, e afirmando que “a experiência do PT no governo custou muito caro ao país". "O Brasil enfrentará dificuldades de enorme complexidade pela frente, nós temos que desarmar enormes bombas-relógio armadas por esse governo”, disse.
O tucano também voltou a se posicionar como o “caminho seguro” para a mudança nas eleições. “O Brasil não é para principiantes, o Brasil é para gente experiente e competente, e nós temos os melhores quadros para fazer com que o Brasil volte a crescer, volte a gerar empregos de maior qualidade em maior quantidade e volte a gerar esperança para as pessoas”, disse, numa referência velada à Marina.
A ex-ministra, que assumiu a liderança da chapa do PSB após a morte inesperada de Campos, ultrapassou o tucano na disputa, segundo as últimas pesquisas de intenção de voto. Marina ocupa agora a segunda posição, atrás de Dilma, candidata à reeleição.