Rodrigo Maia: Desde meados de outubro, deputado e o governo estão em uma cruzada atrás dos 308 votos necessários para aprovar a proposta
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2017 às 06h43.
Última atualização em 29 de novembro de 2017 às 07h18.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reúne nesta quarta-feira com representantes de centrais sindicais, entre eles o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, para debater a reforma da Previdência.
O encontro acontece uma semana antes da greve geral convocada por representantes da própria Força, da CUT, da UGT e de outras centrais para o dia 5 de dezembro.
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A ideia é tentar mostrar que a reforma é palatável e angariar apoio – ou, ao menos, menor rejeição – para que a votação aconteça ainda este ano.
Desde meados de outubro, Maia e o governo estão em uma cruzada atrás dos 308 votos necessários para aprovar a proposta.
Nesse contexto, os problemas do PSDB, envolvido em um impasse sobre desembarcar ou não do governo Temer, impactam diretamente a possibilidade de aprovação.
Ontem, Maia disse que sem os votos do PSDB vai ser impossível aprovar a reforma da Previdência. Ele defendeu que o governo estude as propostas feitas pelos tucanos – concessões nas áreas de aposentadoria por invalidez, no acúmulo de benefícios e nas regras de transição para servidores públicos.
Arma-se uma situação rocambolesca. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Maia e Michel Temer têm sido procurados pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de olho na eleição presidencial de 2018.
Aprovar a Previdência é fundamental para o governo, e para as pretensões de Meirelles. A reforma também condiz com a agenda tucana, mas o cálculo político pode afetar o apoio.
Mais uma vez, a divisão tucana ~e entre os chamados cabeças pretas – lideranças mais jovens – e os veteranos do partido. O senador mineiro Aécio Neves defendeu que o PSDB feche questão sobre a reforma do jeito que está, o que possibilitaria punir deputados que vão contra a imposição. Aécio e os cabeças pretas já tiveram inúmeros desentendimentos.
Pelo menos uma questão parece resolvida no PSDB. A presidência do partido deve ser ocupada mesmo pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Preocupado com possíveis cisões no partido pela disputa entre os dois grupos – Marconi Perillo era o candidato dos tucanos históricos e Tasso Jereissati dos jovens – e sobre como isso afetaria sua provável candidatura à presidência da República no ano que vem, Alckmin entendeu que era melhor assumir o comando da sigla para trabalhar pela união dos dois lados.
A Previdência, neste contexto, se vê pressionada entre as pretensões eleitorais do PSDB, do PMDB de Temer, do DEM de Rodrigo Maia, e do ministro Meirelles.