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Aécio exagerou, diz Igor Rousseff sobre acusação

Ele garante nunca ter pedido nenhum tipo de favor à irmã dez meses mais nova


	Dilma e Aécio: "esse menino (Aécio Neves) tá exagerando", afirmou o irmão de Dilma
 (REUTERS/Paulo Whitaker)

Dilma e Aécio: "esse menino (Aécio Neves) tá exagerando", afirmou o irmão de Dilma (REUTERS/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2014 às 11h19.

Passa Tempo - Adepto da filosofia budista e ex-hippie, Igor Rousseff, advogado de 67 anos que agora tenta criar tilápias, é o único irmão da presidente reeleita. Ele mora há quase duas décadas na pequena e bucólica Passa Tempo, cidade no interior de Minas Gerais com cerca de 8 mil habitantes e duas dezenas de cachoeiras.

Na noite deste domingo, 26; Igor recebia em sua pequena casa, com portão baixo de madeira e um fusca verde-limão na garagem, amigos que entravam sem bater para cumprimentá-lo pela vitória da irmã. Na cidade, Dilma Rousseff teve 51,2% dos votos válidos (2.628 eleitores) e Aécio, 48,8%.

Igor estava com Valquiria Faleiro, de 47 anos, chefe do setor de contabilidade da prefeitura de Passa Tempo, sua mulher desde 2006. Ele voltou no sábado de Brasília para poder votar na irmã. Durante a semana, com Dilma em seus últimos compromissos de campanha, resolveu ficar com a mãe, de 91 anos, que está doente, no Palácio da Alvorada.

Lá assistiu, sozinho em um quarto de hóspede, ao último debate presidencial. Menos de 24 horas depois estava no centrinho de Passa Tempo de chinelos e bermuda, comprando uma caixa de cervejas no único mercado da cidade.

"Achei que era fantasma e não me enxergavam", disse ao ser abordado pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo no fim da tarde de sábado, tentando ironizar as acusações, feitas pela campanha de Aécio Neves (PSDB), de que teria sido funcionário fantasma da prefeitura de Belo Horizonte entre 2003 e 2009.

Em seguida, aceitou conceder entrevista exclusiva no "puxadinho" com churrasqueira que construiu no quintal de casa. Aposentado há dois anos, Igor busca incrementar a renda com um projeto para tentar entrar no mercado de criação de tilápias.

"Tem gente que vende por R$ 50 o quilo do filé da tilápia. Estou com outro colega em um negócio que pode render 300 toneladas (por mês)", afirmou. Antes, ele ocupou funções diversas - já foi desde controlador de voo em São José dos Campos a porteiro de hotel de luxo em Quebec, no Canadá.

Ele garante nunca ter pedido nenhum tipo de favor à irmã dez meses mais nova. Na mesma época que Dilma militava na clandestinidade, ele morava nos Estados Unidos e estava em contato com líderes do movimento hippie dos anos 1970.

"Quando eu voltei e ela estava na cadeia, no presídio Tiradentes, eu ia com minha mãe visitá-la."

Advogado, Igor também cursou jornalismo e história. Fala francês e inglês fluentes. Ele defende a reeleição da irmã. Mas de jeito nenhum pedia votos aos amigos ou fez campanha.

Igor sorri quando questionado se dava expediente na prefeitura de Belo Horizonte, entre 2003 e 2009, quando já morava em Passa Tempo.

"Esse menino (Aécio Neves) tá exagerando", afirmou calmamente o adepto da filosofia budista. Ele afirmou nunca ter faltado ao serviço enquanto esteve na função de assessor especial da Secretaria de Planejamento.

"Eu só voltava aqui (Passa Tempo) nos finais de semana. Sempre fui muito próximo do Fernando (Pimentel, governador eleito de Minas e ex-prefeito da capital mineira)", relatou.

As acusações, porém, revoltam a mulher de Igor e seu filho, o médico cardiologista Pedro Rousseff. Foi o filho quem comprou para o pai a maior parte dos móveis de sua casa.

"A gente sempre tá percebendo uma piadinha, uma alfinetada até de quem era nosso amigo. Foi muita calúnia contra meu pai. E meu filho também fica sofrendo bullying na escola, em Belo Horizonte, por conta disso", disse Pedro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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