Aécio: "Qualquer pessoa que acompanha a cena política brasileira sabe que, em 1998, sequer se cogitava a minha candidatura à presidência da Câmara" (Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2016 às 17h58.
Brasília - O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que as acusações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado são "falsas e covardes".
"Machado, no afã de apagar seus crimes e conquistar os benefícios de uma delação premiada, não hesita em mentir e caluniar", declarou em nota.
Em sua delação premiada na Operação Lava Jato, o ex-presidente da Transpetro afirmou que participou da captação de recursos ilícitos para bancar a eleição de Aécio à presidência da Câmara, eleito em 2000.
Machado revelou a existência de um grande esquema de corrupção quando ele ainda era líder do PSDB no Senado, em 1998.
A eleição de Aécio no comando dos trabalhos legislativos servia para estruturar a base de apoio ao então presidente da República Fernando Henrique Cardoso no Congresso.
O próprio Aécio, de acordo com Machado, teria recebido na época R$ 1 milhão em dinheiro vivo. Segundo o delator, ele, o então senador Teotônio Vilela e o então deputado Aécio traçaram um plano em 1998 para cobrar propina e "ajudar financeiramente" 50 deputados.
"Qualquer pessoa que acompanha a cena política brasileira sabe que, em 1998, sequer se cogitava a minha candidatura à presidência da Câmara, o que só ocorreu muito depois", declarou Aécio.
Segundo o senador, a sua eleição como presidente da Câmara ocorreu a partir de um "entendimento político no qual o PSDB apoiaria o candidato do PMDB à presidência do Senado e o PMDB apoiaria o candidato do PSDB à presidência da Câmara".
"A afirmação feita não possui sequer sustentação nos fatos políticos ocorridos à época", conclui o texto.
Aécio já é investigado em dois inquéritos abertos a partir da delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral, que afirmou que o presidente do PSDB recebeu propina de Furnas, empresa de economia mista subsidiária da Eletrobras.
Ainda sobre o tucano, Delcídio relatou um caso na CPI dos Correios, que investigou o mensalão, no qual Aécio teria atrasado o envio de dados do Banco Rural para fazer uma "maquiagem" nas informações.