Policiais da UPP patrulham uma via da favela Pavão-Pavãozinho, no Rio de Janeiro (Ricardo Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2014 às 20h24.
Rio de Janeiro - O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, recebeu nesta quinta-feira o apoio de 1.600 políticos de nove partidos da base do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), mas não se comprometeu a entrar na aliança pela reeleição do peemedebista.
Aécio sequer mencionou Pezão em seu discurso. Para evitar constrangimentos, o tucano elogiou o principal programa do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), candidato ao Senado na chapa de Pezão.
Aécio prometeu que, se eleito, vai levar as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) para todas as regiões metropolitanas do País e garantiu ajuda do governo federal para implementar no Rio de Janeiro a segunda etapa da pacificação, desenvolvendo projetos sociais nas comunidades.
O tucano atacou a política de segurança da presidente Dilma Rousseff (PT). "Na segurança pública, a omissão do governo federal é quase criminosa. Faço o reconhecimento e cumprimento o ex-governador Sérgio Cabral pelo enfrentamento ao crime e anuncio que as UPPs serão levadas para todas as regiões metropolitanas do País", discursou.
"O Rio de Janeiro precisa retomar com mais vigor ainda o ciclo de crescimento que viveu nos últimos anos. Me deem a vitória no Rio e eu darei a vocês a Presidência da República", pediu.
Chamado "O Rio vota Aezão", o almoço, realizado em uma churrascaria na zona oeste, lançou a chapa que une Aécio e Pezão, embora o PSDB continue em cima do muro em relação à eleição estadual.
Pezão e Cabral não têm impedido a dissidência do PMDB-RJ, liderada pelo presidente estadual da legenda, Jorge Picciani, mas prometem apoiar a reeleição da presidente Dilma.
O PSDB-RJ já acertou coligação proporcional (para a eleição de deputados) com DEM e PPS, que resistem à aliança com Pezão.
A dissidência no PMDB foi uma resposta ao lançamento da candidatura do senador petista Lindbergh Farias ao governo do Rio e ao rompimento da aliança PT-PMDB, depois de sete anos.
Polarização
No discurso, o tucano procurou manter a polarização da eleição presidencial entre PT e PSDB, o que deixa em segundo plano a candidatura de Eduardo Campos, do PSB.
"Dois caminhos ficarão muito claros quando a eleição se avizinhar. Um é a construção de tudo a que estamos assistindo, o aparelhamento perverso da máquina pública, razão maior da ineficiência e dos desvios que se avolumam. Do outro lado está a proposta de substituir o aparelhamento pela meritocracia, pela responsabilidade com os deputados, nas ações do governo federal, por uma visão mais adequada dos reais interesses do Brasil. Vamos juntos construir uma pauta desenvolvimentista", afirmou Aécio.
Mais tarde, em entrevista, o tucano disse que os dois caminhos eram "o governo e a oposição". "Eduardo (Campos) está no caminho da oposição e é muito bem-vindo", respondeu.
Na entrevista, Aécio disse que o PSDB está discutindo no Rio como se posicionar na disputa estadual e procurou elogiar Pezão.
"É um amigo de muitos anos, um governador honrado que tem todas as condições de vencer as eleições. Estar ao seu lado e receber o apoio de forças políticas que o apoiam para mim é uma honra", disse Aécio.