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Aécio descarta participação em eventual governo Marina

Tucano não cogitou a hipótese de o PSDB ceder nomes para um eventual governo da ex-senadora

Candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, durante sabatina do jornal O Globo no MAR, no Rio de Janeiro (Ricardo Moraes/Reuters)

Candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, durante sabatina do jornal O Globo no MAR, no Rio de Janeiro (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2014 às 13h15.

Rio e São Paulo - Ao criticar o discurso de Marina Silva (PSB) de que vai governar com os melhores quadros de todos os partidos, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, não cogitou a hipótese de o PSDB ceder nomes para um eventual governo da ex-senadora.

Após ser alçada à cabeça de chapa do PSB após a morte do ex-governador Eduardo Campos, Marina desbancou o senador tucano do segundo lugar das intenções de voto e pode ameaçar sua ida para o segundo turno da disputa presidencial.

"Ou vencemos as eleições e seremos governo, ou perdemos as eleições e seremos oposição", afirmou o tucano, em entrevista a jornalistas depois de participar de sabatina promovida pelo jornal O Globo.

Ele reiterou a "preocupação" com um possível governo de Marina Silva, que dê prioridade a pessoas, sem levar em conta a relação institucional entre os partidos.

Na entrevista, Aécio fez questão de lembrar que a ex-senadora Marina Silva não apoiou o tucano José Serra nas eleições passadas, vencidas pela presidente petista Dilma Rousseff.

"Lamentei muito ela não ter apoiado no segundo turno (o Serra), talvez hoje não estivéssemos nessa situação", frisou, evitando falar sobre eventuais apoios no segundo turno deste pleito. E reafirmou que tem o melhor time nessa disputa.

"As pessoas precisam saber que não é uma eleição para homenagem, é para virada consistente sem riscos."

Petrobras

O candidato do PSDB afirmou durante sabatina que, caso eleito, irá "tirar a Petrobras da política", acrescentando que o pré-sal "é um tesouro que nós temos".

Segundo ele, o Brasil perdeu um tempo enorme nos últimos cinco anos neste setor, pois foram investidos US$ 300 bilhões no mercado de petróleo e nada no País.

"Vou tirar a Petrobras da política, (a companhia) vai ser ocupada por quadros qualificados", afirmou.

O tucano afirmou ainda que o Brasil perdeu tempo enorme, do período de transição dos modelos de concessão, ressaltando que "o que está hoje produzindo no pré-sal começou a ser produzido no governo FHC".

Questionado sobre quais medidas amargas poderiam ser tomadas pelo seu governo para a retomada do crescimento econômico, respondeu que o governo atual "já fez todas (as medidas amargas)".

"Foram tomadas por esse governo que fez (a economia) desandar. O meu governo será da previsibilidade." Indagado sobre as primeiras ações de seu eventual governo nessa área, citou a "simplificação do sistema tributário".

aeroporto

Ao comentar a situação em São Paulo, onde o correligionário Geraldo Alckmin lidera as pesquisas para o Palácio dos Bandeirantes e sua candidatura está em terceiro lugar, e também sobre o fato de não estar em primeiro lugar nas pesquisas no Estado em que governou por dois mandatos consecutivos, Minas Gerais, Aécio disse acreditar que é possível recuperar o voto do eleitorado que deseja a mudança.

"Nós temos que construir aqui um novo ambiente econômico."

Aécio também rebateu no final da sabatina promovida pelo O Globo as acusações do uso do aeroporto na cidade mineira de Claudio. "Isso é desinformação geral", disse, reiterando que as obras foram acompanhas pelo Ministério Público.

"Minas tinha 226 estradas sem ligação. E eu fiz todas. Só não fiz nas estradas federais. E provavelmente tem alguém da minha família morando lá, mas ninguém reclamou disso", disse, sobre o fato de o aeroporto em Cláudio ter sido construído nas terras desapropriadas de seu tio.

Segundo o tucano, todas as obras que ele fez na gestão do governo de Minas Gerais "foram muito aprovadas". "Tanto que saí do governo com 92% de aprovação", emendou.

E voltou a dizer que a sua candidatura e dos aliados do PSDB "é um caminho seguro" para o País.

"A mudança que mais de 70% dos brasileiros clamam não se dará apenas nas eleições, se dará no primeiro dia do nosso mandato. Com gestão na saúde, na educação, na segurança pública. E vou lutar até o último minuto pelo que acredito."

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