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Aécio defende real mais desvalorizado e revisão do Mercosul

Tucano defendeu que o superávit primário num eventual governo seu será “o possível”, com a meta sendo definida de forma "transparente"

Aécio Neves (PSDB) durante a sabatina da CNI, em Brasília (Orlando Brito/Coligação Muda Brasil/Divulgação)

Aécio Neves (PSDB) durante a sabatina da CNI, em Brasília (Orlando Brito/Coligação Muda Brasil/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2014 às 10h37.

Brasília - O candidato à Presidência pelo PSDB, senador Aécio Neves, disse nesta quarta-feira que é preciso rever o tratado do Mercosul e adotar um real mais desvalorizadoe, entre outras iniciativas para retomar a competitividade industrial.

E defendeu que o superávit primário num eventual governo seu será “o possível”, com a meta sendo definida de forma "transparente".

"Um câmbio mais desvalorizado me parece pressuposto essencial para aqueles que buscam maior competitividade", disse Aécio, durante apresentação a empresários na Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O tucano acrescentou que "hoje vivemos de populismo cambial" e que o governo faz "intervenções" nesse setor para conter a inflação.

Aécio apontou também para a necessidade de uma mudança no funcionamento do Mercosul, que segundo ele trava os acordos comerciais do país.

"O Mercosul, a grande realidade é essa, vem nos amarrando. Quem sabe sua transformação de união aduaneira para área de livre comércio,... para facilitar acordo com outras regiões do mundo", argumentou.

Segundo ele, o Brasil vem perdendo terreno no comércio internacional e quando fechar acordos terá menos vantagens.

Quando houver um acordo com a União Europeia, por exemplo, argumentou as cotas de produtos agrícolas já estarão ocupadas por outros países do mundo, reduzindo a o mercado para os produtores brasileiros.

O tucano também afirmou que os problemas econômicos do país não decorrem da crise financeira internacional, mas sim ao atual governo que levou o Brasil a um quadro de estagflação e "perda de credibilidade".

"Todos nós sabemos, todos nós acompanhamos as diferenças da crise internacional... em 2008 e 2009, mas os resultados pífios da economia brasileira são consequências de brasileiros e fruto das opções erradas que o governo fez nos últimos anos", afirmou o tucano.

"Nós viemos ao longo desses últimos anos aprendendo, infelizmente, a conviver com aquilo que poderíamos chamar de contabilidade criativa,... que minou aquilo que é fundamental para o crescimento da economia e dos investimentos... que é o instituto de credibilidade", criticou Aécio.

O candidato não especificou qual seria a meta de superávit primário se for eleito, mas disse que sua definição será feita de maneira "absolutamente transparente".

“O superávit será o possível. Sempre deverá existir, mas será o possível”, disse o candidato a jornalistas após o encontro com os empresários.

Para Aécio, o último governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e agora o governo Dilma trataram a inflação com “certa leniência”.

O tucano, que está em segundo lugar na corrida presidencial, disse que o país investe pouco em infraestrutura e precisa dobrar a média atual de cerca de 2,5 por cento do PIB em investimentos nesse setor. Ele não explicou, porém, como isso seria feito.

Mas detalhou como pretende retomar a competitividade da indústria e apontou seis mudanças que planeja fazer.

Além de um real mais desvalorizado e de mudanças no Mercosul, Aécio disse que é preciso investir em qualificação da educação; dar um choque de atração do capital para investimentos em infraestrutura; e uma taxa de juros mais baixa, que não pode ser adotada por voluntarismo e sim pela melhoria da confiança na economia.

Ele prometeu ainda simplificar o sistema tributário por meio da adoção de um IVA (Imposto de Valor Agregado).

Mais cedo, o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, também apresentou suas propostas para o empresariado e disse que enviará ao Congresso um projeto de reforma tributária na primeira semana de governo e que defenderá a regulamentação da terceirização no mercado de trabalho.

À tarde, é a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, quem apresenta suas propostas no evento.

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