Aécio Neves (PSDB) durante debate organizado pela CNBB, em Aparecida do Norte (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2014 às 23h23.
São Paulo - Os candidatos à Presidência responderam a perguntas de jornalistas das mídias católicas sobre diversos assuntos no terceiro bloco do debate promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Aécio Neves (PSDB) defendeu que a homofobia seja considerada um crime, enquanto Marina Silva (PSB) falou em fazer parcerias com a iniciativa privada para resolver o problema da falta de saneamento básico.
Dilma Rousseff (PT), por sua vez, apresentou um novo programa para a saúde.
A primeira pergunta foi sobre a homofobia e foi feita a Aécio. O tucano respondeu que qualquer tipo de discriminação deve ser considerada crime. Segundo ele, a discussão sobre a homofobia tem sido tema do Congresso Nacional.
"Minha posição não traz dúvidas", disse, frisando que a união entre pessoas do mesmo sexo é consagrada no Brasil, seguindo decisão do Supremo Tribunal Federal.
"Defenderei sempre a liberdade de manifestação do Congresso Nacional, mas defendo que qualquer tipo de discriminação, em especial a homofóbica, seja tratada como crime", acrescentou.
Em seguida, Levy Fidélix (PRTB) falou de economia, dizendo que o orçamento do Brasil é "enorme", mas que o governo deve a bancos nacionais e estrangeiros quase o mesmo que tem no orçamento.
Marina respondeu sobre saneamento básico, reconhecendo que a falta de rede de esgoto é um problema grave, que compromete, inclusive, a qualidade da educação de crianças que vivem em áreas que não têm o serviço.
"Faremos com que o governo federal se responsabilize por isso junto às prefeituras e faremos parcerias com a iniciativa privada", disse.
Ela afirmou que essa parceria é necessária também para garantir o abastecimento de água, citando o problema que afeta o Estado de São Paulo.
Já a presidente Dilma respondeu a uma pergunta sobre saúde destacando a criação do Mais Médicos e apresentando um novo programa - o Mais Especialidades.
"Isso é o reconhecimento de que as pessoas esperam muito nas filas", disse. "O programa será uma rede que integra laboratórios e especialistas."
Eduardo Jorge (PV) recebeu um questionamento sobre o aborto e defendeu sua descriminalização. "Enquanto a mudança cultural de evitar gravidez precoce não acontece, não se pode abandonar essas 800 mil mulheres que fazem abortos todo ano no País", salientou.
"Minha posição é pela revogação dessa lei cruel, machista, que considera criminosas essas 800 mil mulheres."
Na sequência, Pastor Everaldo (PSC) defendeu a redução da maioridade penal e a privatização do sistema penitenciário, enquanto Luciana Genro (PSOL) defendeu uma revolução do sistema tributário.
"O sistema tributa igualmente o milionário e o cidadão que recebe salário mínimo", reclamou, pedindo que os bancos paguem mais impostos.
Por fim, o candidato do PSDC, José Maria Eymael, disse ser "totalmente contra a descriminalização das drogas, inclusive da maconha". "A juventude é assassinada pelas drogas e pelas armas que entram pelas fronteiras", disse.