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Aécio e Campos criticam falta de concorrência em Libra

Os pré-candidatos do PSB e do PSDB à Presidência criticaram a falta de concorrência de grupos empresariais em participar do leilão


	Aécio: ele classificou o leilão como a maior "privatização da história brasileira" realizada pelo governo federal
 (Nelio Rodrigues/Agência Primeiro Plano)

Aécio: ele classificou o leilão como a maior "privatização da história brasileira" realizada pelo governo federal (Nelio Rodrigues/Agência Primeiro Plano)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2013 às 13h50.

Recife e Brasília - Os pré-candidatos do PSB e do PSDB à Presidência da República criticaram, na terça-feira, 22, a falta de concorrência de grupos empresariais em participar do leilão de exploração do campo de pré-sal de Libra, na Bacia de Santos, realizado na segunda-feira, 21, pelo lance mínimo previsto no edital.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) classificou a licitação de "enorme fracasso". Já o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse que a falta de disputa não foi boa para o país.

Num discurso contundente no plenário do Senado, Aécio Neves classificou o leilão como a maior "privatização da história brasileira" realizada pelo governo federal. O tucano criticou o "extremo ufanismo" de o Executivo ter comemorado o resultado de uma concorrência que teve apenas um consórcio participante e não teve sequer ágio dos participantes.

Ele também disse que o país está perdendo oportunidades no setor por causa da má condução do governo na área, que, na sua opinião, tem sido alvo de ingerência política na Petrobras.

Numa ironia, o senador do PSDB considerou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, como o "grande vencedor do leilão". Isso porque os R$ 15 bilhões em bônus do consórcio que arrematou a área vão servir para o governo bancar o superávit primário. "A Petrobras paga o preço pela má condução da política econômica que levou ao recrudescimento da inflação. Obviamente, a partir de uma ação do governo junto à Petrobras por conta do controle do preço da gasolina, a empresa perde valor de mercado, perde competitividade."

Ele acrescentou que a empresa é "sangrada pela necessidade de fazer investimentos para os quais ela não se preparou ou o governo não deixou que se preparasse".


"O petróleo do pré-sal não pode ser vendido a preços aviltados pela falta de concorrência", atacou Eduardo Campos em Teresina (PI), onde recebeu o título de cidadão piauiense. O socialista defendeu um aperfeiçoamento dos mecanismos de leilão de exploração das áreas do pré-sal para garantir a participação de mais interessados, gerando disputa e melhor preço.

Para o governador pernambucano, "houve pouco debate" no processo do leilão. Campos destacou também que, embora seja importante a destinação a longo prazo dos recursos do pré-sal para saúde e educação, essas áreas não podem esperar por tal reforço. "A saúde e a educação precisam de medidas imediatas, não podemos sacrificar os jovens de hoje à espera de que o dinheiro do petróleo vá resolver a vida dos jovens do futuro."

O discurso de Campos foi seguido pelos deputados do PSB na Câmara, que criticaram a falta de concorrentes na disputa por Libra. "Não houve leilão, só há leilão quando há participantes", ironizou o líder do PSB, Beto Albuquerque (RS). "Não dá para dizer que foi um sucesso um leilão com um só concorrente", concordou o deputado Márcio França (PSB-SP), representante da Baixada Santista.

O presidente do diretório paulista do PSDB, deputado Duarte Nogueira, avaliou que a presidente Dilma Rousseff teve "de se explicar de forma constrangida para a população em rede nacional ontem".

O deputado Ivan Valente (SP), líder do PSOL, usou a tribuna para tachar o leilão de privatização. "O que foi feito ontem foi um crime contra a soberania nacional. É privatização sim, e é a maior de todas, maior que a da Telebrás e da Vale."

No início da noite, o líder do PT na Câmara, José Guimarães, saiu em defesa do governo no plenário. "Não vamos permitir nenhuma privatização." Ele rebateu as críticas da oposição de que as chinesas CNOOC e CNPC usariam a Petrobrás como laranja. "Não há a menor possibilidade de a Petrobras ser laranja de qualquer empresa." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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