Aécio Neves: tucano voltou a falar que seu governo trará credilidade junto aos agentes econômicos (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2014 às 10h51.
São Paulo - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, criticou a gestão econômica do governo da presidente Dilma Rousseff em entrevista exibida nesta terça-feira na TV e, ao ser pressionado sobre o motivo de ainda não ter divulgado seu programa de governo, disse que o que propõe é o que praticou ao longo da vida.
Aécio fez uma série de críticas à gestão da candidata à reeleição pelo PT e, mesmo sem ser perguntado diretamente sobre a candidata do PSB, Marina Silva, aproveitou para criticá-la também, afirmando que ela não reúne as condições para governar o país.
O tucano, que está em terceiro lugar nas pesquisas, voltou a falar que um governo seu trará credilidade junto aos agentes econômicos e prometeu uma gestão transparente na área da economia ao ser questionado sobre quais medidas tomaria para retomar o crescimneto.
"Aquilo que nós estamos propondo é aquilo que praticamos ao longo de nossa vida e estamos construindo um projeto a várias mãos", disse Aécio em entrevista o Bom Dia Brasil da TV Globo.
O candidato do PSDB avaliou que o governo Dilma "afugentou" os investimentos e defende a volta desses investimentos como uma de suas propostas sem, entretanto, detalhar que medidas adotará para essa retomada.
Aécio também voltou a se comprometer com a meta de elevação dos investimentos dos atuais 16,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para "alguma coisa entre 23 e 24 por cento" nos próximos quatro anos. Novamente, o candidato não especificou o que fará para atingir esta meta.
"Foi o atual governo que afugentou durante 10 anos os investimentos privados que seriam parceiros, por exemplo, da nossa infraestrutura", criticou.
"Herança perversa"
Aécio voltou a dizer que Dilma deixará uma "herança perversa" para seu sucessor e criticou o que chamou de falta de transparência nas contas públicas.
Ao reiterar que o próximo presidente terá pela frente uma "situação complexa", disse que, em um eventual governo seu, o superávit primário será transparente, mesmo que seja baixo.
"Se tivermos que ter um superávit menor, ele vai ser real, vai ser dividido com a sociedade", prometeu.
Ele negou ainda que tivesse se comprometido a simplesmente acabar com o fator previdenciário, mecanismo criado no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para evitar aposentadorias precoces e desafogar as contas da Previdência Social.
Aécio esclareceu que vai negociar de forma "permanente" com o movimento sindical uma alternativa ao fator previdenciário. Na semana passada, em encontro com sindicalistas, especialmente da Força Sindical, ele prometeu encontrar uma "alternativa responsável" para o fim do mecanismo.
O tucano repetiu por diversas vezes ao longo da entrevista de 30 minutos que sua candidatura é "a única que tem condições" de fazer as mudanças que a população deseja, fazer o país voltar a crescer e controlar a inflação.
Aécio, que foi governador de Minas por dois mandatos e conseguiu fazer seu sucessor em 2010, o agora candidato ao Senado Antonio Anastasia, contestou dados negativos em relação à segurança pública no Estado e, um dia depois de fazer um apelo aos mineiros, disse ser prematuro avaliar agora as pesquisas eleitorais em Minas.
Essas pesquisas de intenção de voto o colocam atrás de Dilma entre os presidenciáveis e apontam derrota do canditado tucano ao governo, o ex-ministro Pimenta da Veiga.
"Essa pergunta você pode me fazer depois do dia 5 de outubro (data do primeiro turno da eleição). Antes é um pouco prematuro, principalmente em se tratando de mineiros", disse.
"Eu tenho muita confiança que Pimenta da Veiga, que é o nosso candidato, vai sim vencer as eleições. Eu gostaria de estar em primeiro, inclusive na nacional também, mas o importante é que no dia 5 de outubro Pimenta da Veiga avance em Minas Gerais", disse.