O senador Aécio Neves (PSDB) (Pedro França/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2013 às 14h19.
Rio de Janeiro - O senador mineiro Aécio Neves (PSDB), candidato à Presidência da República, disse hoje que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, precisa esclarecer seu envolvimento no caso que apura o esquema de cartel de trens em São Paulo.
Cardozo afirmou ter sido ele o responsável pelo envio à Polícia Federal de um relatório sobre o cartel de trens que cita corrupção envolvendo políticos tucanos.
Em participação na convenção do PPS, partido aliado do PSDB, Aécio disse que seu partido defende que "qualquer denúncia seja apurada com rigor", independente de qual partido pertença o denunciado. Mas ressalvou que não "pode haver precipitações, pré-julgamentos e muito menos a utilização da estrutura do Estado para um projeto político".
A reportagem mostrou que Cardozo informou ainda ter recebido o texto, elaborado pelo ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, das mãos do deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT), hoje secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo.
Para Aécio, houve "um atentado contra a democracia". "Isso é extremamente grave, o que temos percebido no Brasil é a utilização das instituições de estado para um projeto político. É extremamente grave, jamais aconteceu antes", disse Aécio a jornalistas. "O ministro precisa esclarecer de forma clara qual foi sua participação neste processo já que ele é o comandante da própria Polícia Federal".
Aécio também disse que houve omissão do presidente do Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius Carvalho. Antigo militante petista, Carvalho trabalhou como chefe de gabinete de Simão Pedro na Assembleia Legislativa paulista e omitiu essa relação em cinco currículos oficiais - inclusive em material entregue aos senadores que aprovaram sua indicação ao cargo.
O Cade nega ter enviado as denúncias do ex-executivo da Siemens à Polícia Federal. "O PSDB está atento para cobrar explicações seja do ministro, seja do presidente do Cade, ou de qualquer pessoa que utilize a estrutura do Estado", disse Aécio.