Aécio: "essas medidas paliativas são medidas que podem ter um custo alto lá na frente" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2014 às 17h39.
Rio de Janeiro - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, classificou nesta sexta-feira as medidas tomadas pelo Banco Central para estimular o crédito como um "improviso" do governo da presidente Dilma Rousseff e disse que a mudança gera um clima de desconfiança generalizada na economia.
"Na verdade é o governo do improviso mais uma vez mostrando sua face", disse Aécio durante visita à favela de Vigário Geral, no Rio de Janeiro.
"Diminuindo a confiança de investidores não apenas na indústria, mas também no comércio e serviços, essas medidas paliativas são medidas que podem ter um custo alto lá na frente", avaliou.
O Banco Central anunciou pela manhã mudanças nas regras do recolhimento de compulsórios e ajustou os critérios sobre o requerimento de capital para risco de crédito das operações de varejo, prevendo um impacto na liquidez da economia de até 45 bilhões de reais.
Ao realizar evento de campanha em Vigário Geral, Aécio aproveitou o tema da criação de oportunidades para jovens negros e pobres para voltar a criticar o baixo crescimento da economia e o intervencionismo do governo, segundo ele o fator responsável pela alta desconfiança entre investidores.
"Existe uma enorme desconfiança dos investidores internos e externos, pelo excessivo intervencionismo do Estado em setores fundamentais da economia, o setor energético é um deles, o setor de petróleo é outro", afirmou o tucano.
Ao criticar a condução da política econômica pelo governo, Aécio disse que "não dá mais para terceirizar responsabilidades. Esse modelo fracassou". Ele defendeu um enxugamento da presença estatal.
CORPO A CORPO Sempre acompanhado da filha mais velha, Gabriela, Aécio cumpriu uma agenda típica de candidato, caminhando pelas ruas de Vigário Geral, entrando na casa de moradores e almoçando em um dos restaurantes locais, o que, segundo ele, Dilma, candidata a reeleição, teria dificuldades de fazer.
"A presidente, por enquanto, tem tido dificuldades de se apresentar à população. Os eventos são fechados, eventos com a imposição da presença de aliados", disse. Dilma ainda não participou de nenhum evento de campanha em contato direto com o eleitor.
Na noite de quinta-feira, ela esteve no Rio de Janeiro para participar de jantar com aliados no Estado, que contou com a presença de peemedebistas como o vice-presidente, Michel Temer, e o governador Luiz Fernando Pezão, candidato à reeleição, e adversário do candidato petista Lindbergh Farias.
No encontro, foi lançada a campanha "Dilmão", junção dos nomes Dilma e Pezão.