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Advogados usam 'Avenida Brasil' como argumento no STF

"Essa denúncia é um roteiro para novela das oito. Foi puxando aqui, puxando pra lá e chegando ao astronômico número de 40", disse Abreu e Silva


	STF julga processos:  defesas do mensalão começaram nesta segunda
 (Elza Fiúza/ABr)

STF julga processos:  defesas do mensalão começaram nesta segunda (Elza Fiúza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2012 às 19h33.

Brasília - O advogado Paulo Sérgio Abreu e Silva classificou como "roteiro de novela" a denúncia do Ministério Público no processo do mensalão, em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele defende Rogério Tolentino, advogado de empresas do publicitário de Marcos Valério e acusado de integrar o esquema.

"Essa denúncia é um roteiro para novela das oito. Foi puxando aqui, puxando pra lá e chegando ao astronômico número de 40", disse Abreu e Silva.

Ele destacou existirem várias provas nos autos que inocentariam seu cliente e afirmou que o Ministério Público ignorou laudos feitos pela Polícia Federal e outros órgãos a pedido das defesas dos réus. "Acho que algum auxiliar do eminente procurador, que fez a sustentação em cima da denúncia do seu antecessor, não consultou todos os autos, teve preguiça mental de ler esses autos".

O advogado enfatiza que Tolentino não era sócio de Marcos Valério. Afirma que o empréstimo de R$ 10 milhões feito no banco BMG a pedido do publicitário foi lastreado por uma garantia dada pela agência de publicidade SMP&B e que não coube a Tolentino a destinação dos recursos. A defesa sustenta que o advogado repassou a Valério os recursos, tendo inclusive assinado cheques em branco, que foram parar na conta de uma empresa, que fez repasse a três deputados do PP.

Sobre uma viagem a Portugal em que Tolentino acompanhou Valério para encontros com o presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta, a defesa afirma que ele ganhou sem trabalhar porque não chegou a participar de reuniões. "O que Rogério Tolentino foi fazer em Portugal? Turismo remunerado. Deve ter comido um belo bacalhau, pastel de Belém, vinho não, porque não bebe", disse Abreu e Silva.

A defesa reconheceu que o cliente recebeu recursos de um "caixa dois" da SMP&B por seus honorários advocatícios. Disse que ele, inclusive, responde a processo na Receita Federal por esse tema. Nega, porém, que tenha havido lavagem de dinheiro porque teria sido o próprio Tolentino que gastou o R$ 1,49 milhão que recebeu da agência.

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