Lula: para os advogados do ex-presidente, as escutas e a divulgação do teor dessas interceptações são ilegais (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2016 às 15h20.
Brasília - Os advogados Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins, que defendem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, divulgaram nota hoje (17) criticando o que classificaram como “autorização ilegal” de grampo telefônico do celular pessoal de Teixeira e do telefone central do escritório Teixeira, Martins e Advogados.
Para eles, a intenção do juiz Sérgio Moro, que autorizou as escutas, foi de monitorar a estratégia de defesa do ex-presidente Lula e configura “grave atentado às garantias constitucionais da inviolabilidade das comunicações telefônicas e da ampla defesa”.
Além de ser uma “afronta a inviolabilidade telefônica” garantida no Estatuto do Advogado.
Na nota, os advogados citam a conversa telefônica mantida entre Teixeira e Lula no último dia 4, quando o ex-presidente soube que seria conduzido para depor na Polícia Federal.
“Toda a conversa mantida entre advogado e cliente e a estratégia de defesa transmitida naquela oportunidade estava endo monitorada e acompanhada por Moro e pela Polícia Federal”.
Para os advogados, as escutas e a divulgação do teor dessas interceptações são ilegais e atentam contra o processo legal.
“A estratégia do juiz Sérgio Moro e dos membros da Força Tarefa Lava Jato resultou no monitoramento telefônico ilegal de 25 advogados que integram o escritório Teixeira, Martins & Advogados, fato sucedido com a também ilegal divulgação das conversas gravadas nos autos do processo, juntamente com a divulgação de outras interceptações ilegais”, diz a nota.
Os advogados informam ainda que o assunto será levado à Ordem dos Advogados do Brasil para que o colegiado possa intervir e se posicionar em relação “a esse grave atentado ao Estado Democrático de Direito”.