Flordelis e pastor Anderson: segundo a polícia, deputada mandou assassinar ex-marido (Twitter/Reprodução)
Agência O Globo
Publicado em 31 de agosto de 2020 às 11h58.
Última atualização em 31 de agosto de 2020 às 11h59.
O advogado Ângelo Máximo, que trabalha para a família do pastor Anderson do Carmo, assassinado por tiros dentro de casa em junho do ano passado, como assistente de acusação, encaminhou uma petição, no último dia 27 de agosto, ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, solicitando o afastamento da deputada federal Flordelis, acusada de ter sido a mandante do crime
“Acreditando nesta casa Legislativa, acredito que Vossa Excelência, na posse de toda a documentação que lhe encaminho, tomará todas as medidas enérgicas e necessárias no sentido de afastar a deputada federal Flordelis dos Santos de Souza do cargo de parlamentar dessa casa Legislativa retirando assim o véu de imunidade parlamentar e permitindo que as investigações sigam o curso normal em momento em que não somente o país como a democracia necessitam de credibilidade”, escreveu o advogado.
Ângelo Máximo também associa na petição as mortes da irmã e da mãe do pastor ao assassinato de Anderson. Michele do Carmo de Souza, de 39 anos, morreu em outubro do ano passado em decorrência de uma leucemia. Já Maria Edna do Carmo, de 65 anos, morreu em abril deste ano em razão de um infarto. Máximo disse que o afastamento da deputada poderá agilizar o processo porque evitará que ela, como parlamentar, atrapalhe as investigações.
"Rodrigo Maia está aguardando um documento do Rio de Janeiro alegando que não tinham sido enviados. Se as autoridades não encaminharam eu encaminhei. Ela sendo afastada do cargo vai ser uma garantia para a instrução criminal, que é uma coisa muito importante, porque no uso do cargo pode atrapalhar o curso da instrução criminal. Muito. E o mais importante de tudo, as autoridades policiais vão poder pedir a prisão preventiva dela, que é a prisão mais importante e necessária para a garantia da instrução criminal e para a garantia das testemunhas que irão depôr em juízo. Ela ficaria presa por tempo indeterminado até que um Tribunal Superior revogue a prisão dela", explicou Máximo.
Na petição, o advogado menciona as mortes das familiares de Anderson e diz que podem ter relação com o assassinato do pastor.
"A irmã morreu em outubro do ano passado a mãe morreu em abril deste ano. As ações foram causadas pela perda do pastor. Michele era uma pessoa forte e você vai ver que de julho até seu falecimento ela caiu na cama e não levantou mais. Matou a irmã, a mãe e todos os que congregam na igreja deles", acusou o advogado.
Ao Fantástico, Rodrigo Maia disse que vai retomar nesta semana os trabalhos da Comissão de Ética da Câmara, que estava suspensa desde o início da pandemia.