Construção: advogado relacionou a Mendes Jr. e a Sanko Sider que teriam contratado serviço fictício de Youssef (Sam Hodgson/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2014 às 21h40.
Brasília e São Paulo - Em depoimento à Justiça, o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa confirmou suspeita da Polícia Federal de que grandes empreiteiras firmaram contratos fictícios com a GFD Investimentos, empresa do doleiro Alberto Youssef.
"Era uma forma de trazer licitude para justificar o ingresso do serviço na empresa. A GFD não prestava serviço de assessoria financeira", afirmou o advogado. Seu relato foi gravado em vídeo.
O advogado relacionou a Mendes Jr. e a Sanko Sider que teriam contratado serviço fictício de Youssef. Costa afirmou que assinava como procurador do doleiro e "não teria corpo físico para prestar esse tipo de serviço de assessoria financeira".
Um contrato entre a GFD e a Sanko teve como objeto consultoria e assessoria em administração. "O contrato foi assinado a pedido do Youssef. O serviço nesses termos não foi prestado. Contrato para justificar ingresso de recursos na GFD."
O advogado afirmou que as empreiteiras pagavam a Youssef por intermediações.
Ele disse não saber se os pagamentos tinham relação com negócios na Petrobrás na área de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal acusado de se associar a Youssef em esquema de corrupção.
A revista Época revelou que o advogado contou que políticos frequentavam o escritório da GFD. "Youssef tinha um escritório separado na São Gabriel (avenida no bairro do Itaim, em São Paulo) e lá permaneceu até 2013.
Quando foi para a GFD ele ficava no fundo do escritório e lá a gente sabia que havia movimentação de recursos financeiros. Chegavam pessoas com dinheiro e saíam. Existiam vários deputados no escritório do Alberto, a gente chegou a ver essas pessoas lá."
O Grupo Sanko informou que "estranha" a insistência em tentarem associá-lo a atividades com as quais não tem relação. A Mendes Jr. disse "seus contratos são legais."