Roger Pinto: boliviano chegou nesse domingo ao país por Corumbá, onde se encontrou com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (Dennis Pinto/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2013 às 20h43.
Brasília - O advogado do senador boliviano Roger Pinto Molina, Fernando Tibúrcio Peña, comparou hoje (26) a situação do seu cliente com as de Julian Assange e Edward Snowden.
"Ele é um exilado político, então ele continua na condição de exilado: a mesma situação que hoje tem o Snowden, na Rússia, ou o Julian Assange, no Equador. É exatamente a mesma", disse.
O australiano Julian Assange buscou abrigo na Embaixada do Equador, em Londres, na tentativa de evitar a extradição para a Suécia. As autoridades suecas querem interrogá-lo sobre delitos de ordem sexual.
Porém, Assange está prestes a completar um ano abrigado na embaixada equatoriana na capital inglesa. Ele teme que a Suécia autorize sua extradição para os Estados Unidos, onde deve responder sobre o vazamento de informações consideradas sigilosas, por meio do portal WikiLeaks.
O ex-consultor norte-americano Edward Snowden, de 29 anos, que denunciou, em junho, um esquema de espionagem a cidadãos dos Estados Unidos e estrangeiros por agências secretas de seu país. A denúncia provocou reações no Brasil e no mundo. Acusado de espionagem pelos Estados Unidos, Snowden está exilado temporariamente na Rússia.
O senador boliviano, que é opositor do presidente Evo Morales, ficou abrigado por 15 meses na Embaixada do Brasil em La Paz. No sábado (24), o parlamentar deixou a embaixada com o auxílio do diplomata Eduardo Saboia. O boliviano chegou nesse domingo (25) ao país por Corumbá (MS), onde se encontrou com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Os dois voaram em seguida para Brasília.
Nesta segunda-feira, o procurador-geral interino da Bolívia, Roberto Ramirez, disse que o Ministério Público boliviano estuda pedir a extradição de Pinto Molina. "Impossível isso, não tem a menor possibilidade, não tem nenhum embasamento legal para isso", disse Tibúrcio. Amanhã (27), o senador vai ser ouvido na Comissão de Relações Exteriores do Senado.