Adriana Ancelmo: "Quando a venda era mais complexa, era feita na casa deles" (Agência Brasil/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de setembro de 2017 às 19h50.
Rio - Diretora comercial da H Stern, Maria Luiza Trotta, relatou ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que o ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) e sua mulher, Adriana Ancelmo, fizeram onze compras de joias da empresa, entre 2012 e 2013.
O casal, segundo a testemunha contou nesta terça-feira, 19, exigia "discrição total", o que levou a joalheira a abrir "exceções".
Entre elas, estavam pagamento na tesouraria, não emitir nota fiscal e registrar as compras no sistema como de "cliente não identificado".
"Assim que Adriana chegava, era recepcionada e levada para a sala acima, porque ela não seria muito vista", contou Maria Luiza no depoimento nesta terça-feira, 19.
"Quando a venda era mais complexa, era feita na casa deles. Nós botávamos sempre cliente não identificado para os pagamentos. Fazer isso em parcelas de R$ 300 mil, por exemplo, era muito constrangedor para os nossos funcionários. A solução foi fazer o pagamento na tesouraria do prédio da empresa", afirmou.
Maria Luiza, que só fazia vendas para o casal na empresa, também afirmou que muitos pagamentos eram feitos em espécie e por supostos operadores de Cabral, como Carlos Miranda e Luiz Carlos Bezerra. Todas as joias vendidas para o casal eram valiosas, destacou.
Por escrito, o advogado de Adriana Ancelmo, Alexandre Lopes, acusou Maria Luiza de mentir. "A defesa de Adriana Ancelmo lamenta que diretores de uma empresa do porte da H. Stern venham a juízo faltar com a verdade, a fim de manterem seus prêmios obtidos com delações em que inventam fatos.
Ficou claro, inclusive, que apresentaram certificados de joias ao juízo que não correspondem à realidade, indicando sem base Adriana como compradora."