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"Adoraria morar no Brasil", diz Edward Snowden em entrevista

Perto de ter seu asilo temporário na Rússia expirado, o ex-técnico da NSA diz que ficaria "mais do que feliz" se o governo brasileiro oferecesse o convite

Edward Snowden em entrevista para a NBC, em maio deste ano (REUTERS/NBC News)

Edward Snowden em entrevista para a NBC, em maio deste ano (REUTERS/NBC News)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2014 às 14h28.

São Paulo- Edward Snowden, responsável por revelar ao mundo o esquema de espionagem da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA), afirmou em entrevista ao Fantástico neste domingo que adoraria morar no Brasil.

“Se o Brasil me oferecer asilo, eu ficarei mais do que feliz em aceitar”, disse o ex-técnico da NSA, cujo asilo temporário na Rússia vence no início de agosto.

Em junho de 2013, Snowden trouxe à tona milhares de documentos que revelaram o monitoramento feito pela NSA por internet e telefone tanto em relação aos próprios cidadãos americanos quanto aos governos e empresas de outros países.

Snowden afirmou que já havia requisitado formalmente o asilo ao país durante o período em que ficou na área de trânsito do aeroporto de Moscou e teve seu passaporte cancelado pelo governo americano devido à acusação de traição.

Mesmo após a nova denúncia de espionagem ligada diretamente à presidente Dilma Rousseff e Petrobras, não houve qualquer indicação positiva por parte do governo.

“Não há justificativa para espionar a Petrobras. Por que o presidente americano quer ler os e-mails da Dilma Rousseff? Obama disse que não sabia. Pode ser verdade. Ele concordou comigo que não há benefício nenhum”, reforçou Snowden ao Fantástico.

Ele também afirmou ter visto o discurso de Dilma na ONU, na qual a presidente criticou a espionagem dos EUA.

“Ela foi a primeira presidente que tomou a liderança para dizer ‘Temos o direito de falar, de nos comunicarmos sem sermos espionados’. E esses não são direitos de um país, são direitos humanos”, afirmou.

Snowden também negou a acusação feita pelo Congresso americano de que teria oferecido novos documentos para o Brasil em troca de asilo. “Eu nunca cooperaria com um governo em troca de asilo. Asilo deve ser dado por razões humanitárias”, disse.

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