Brasil

Adauto diz que denúncia do mensalão teve viés político

Ex-ministro dos Transportes e atual prefeito de Uberaba disse que estava convicto de que seria inocentado em um "julgamento técnico"


	Ex-ministro observou que sempre admitiu ter recebido do esquema, mas alegava que os recursos oriundos do valerioduto eram para caixa 2 de campanha
 (Agência Brasil)

Ex-ministro observou que sempre admitiu ter recebido do esquema, mas alegava que os recursos oriundos do valerioduto eram para caixa 2 de campanha (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2012 às 09h11.

Uberaba - Absolvido pelo Supremo Tribunal Federal das acusações de lavagem de dinheiro e corrupção ativa no processo do mensalão, o ex-ministro dos Transportes e atual prefeito de Uberaba, Anderson Adauto (sem partido), disse nesta quinta-feira (25) que estava convicto de que seria inocentado em um "julgamento técnico". Adauto acusou o ex-procurador Antonio Fernando de Souza - autor da denúncia do mensalão - de adotar um viés político na acusação formal contra os 40 denunciados.

O ex-ministro observou que sempre admitiu ter recebido do esquema, mas alegava que os recursos oriundos do valerioduto eram para caixa 2 de campanha. Segundo ele, o atual procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não conseguiu comprovar a acusação. "Fui absolvido dos dois (crimes) e quem tem de dar explicação é o procurador. No fundo vocês sabem, foi um pouco política a apresentação da denúncia", afirmou em entrevista coletiva concedida em seu gabinete na prefeitura.

Conforme Adauto, o chefe do Ministério Público Federal na época quis colaborar para que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não fosse reeleito em 2006. "Por que foram 40 e não foram 39 ou 41? Foi num determinado momento que o procurador quis colaborar para que não houvesse a reeleição do presidente Lula. Não tenho dúvida disso. O número de acusados que ele colocou na peça, ele demonstrou claramente que quis dar a sua colaboração numa história que a gente conhece muito bem", afirmou o ex-ministro, em referência ao conto Ali Babá e os 40 Ladrões.

Adauto foi absolvido por unanimidade do crime de corrupção ativa. No caso de lavagem de dinheiro houve empate de votos, o que levou à absolvição. O ex-ministro afirma que, apesar de "toda a dureza do processo", o "máximo que conseguiram foi o empate". "Do ponto de vista político, já tive meu julgamento, quando me reelegi, e agora, do ponto de vista jurídico, da maior Corte do País."

Ao Estado, Antonio Fernando disse que tem se mantido longe de polêmicas envolvendo o julgamento. "A denúncia já passou pelo Supremo e quem sobrou, sobrou. Da minha parte eu não tenho nenhuma resposta." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesMensalãoPolítica no BrasilSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

De azeite e café a sabão em pó, fiscalização já apreendeu 112 mil produtos falsificados no Rio

Cassinos físicos devem ser 'rigorosamente regulados' antes de operar, afirma secretário da Fazenda

Rio tem mais de 30 abrigos antiaéreos escondidos em edifícios do Centro e da Zona Sul

Defesa de Collor reitera pedido por prisão domiciliar com atestado de Parkinson e transtorno bipolar