Segundo o Ministério Público Federal, Goes operava um esquema de corrupção na Petrobras usando a mesma forma de atuação do doleiro Alberto Youssef e do empresário Fernando Baiano (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2015 às 07h58.
Curitiba - Um dos investigados na nona fase da Operação Lava Jato deve prestar depoimento hoje (9) na Superintendência da Polícia Federal em Curititiba.
Mário Frederico Mendonça Goes se entregou ontem (8) à PF e deve ser interrogado pelos delegados sobre as acusações de intermediar, por meio da empresa Arxo Industrial, o pagamento de propina na obtenção de contratos com a Petrobras.
Ele estava foragido desde quinta-feira (5), quando teve prisão decretada, mas não foi encontrado em seu endereço no Rio de Janeiro.
Segundo o Ministério Público Federal, Goes operava um esquema de corrupção na Petrobras usando a mesma forma de atuação do doleiro Alberto Youssef e do empresário Fernando Baiano: recolhendo propina de empresas privadas para agentes da estatal e ocultando a origem dos recursos.
De acordo com os investigadores, Gilson João Pereira e João Gualberto Pereira, sócios da Arxo, e Sergio Ambrosio Marçaneiro, diretor financeiro, pagavam propina para obter contratos com a BR Distribuidora. Todos estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Os pagamentos ocorreriam em contratos com a BR Aviation, empresa da Petrobras especializada no abastecimento de aeronaves. A Arxo vende tanques de combustíveis e caminhões-tanque.
Segundo o advogado Leonardo Pereima, os sócios da empresa nunca pagaram propina para a Petrobras e não tiveram contato com o ex-gerente da estatal Pedro Barusco e com o ex-diretor de Serviços Renato Duque.
Para a defesa, as acusações decorrem apenas de vingança da ex-funcionária do Departamento Financeiro, demitida por desviar cerca de R$ 1 milhão.