Porta dos Fundos: produtora foi alvo de ataque após especial de Natal em que mostrava Jesus Cristo com relação com outro homem (Porta dos Fundos/Divulgação)
Agência O Globo
Publicado em 6 de janeiro de 2020 às 14h54.
Rio — Acusado de ter participado do ataque à sede produtora de vídeo Porta dos Fundos, o economista e empresário Eduardo Fauzi foi expulso nesta segunda-feira do PSL — partido ao qual era filiado desde outubro de 2011.
Com base em imagens de câmeras de segurança no entorno da produtora que fica no Humaitá, na Zona Sul do Rio, a Polícia Civil identificou Fauzi como um dos homens que jogou coquetéis molotov contra a sede da produtora. Nas imagens obtidas pelos investigadores, ele aparece tirando uma fita que escondia a placa do automóvel.
Um dia antes da expedição do mandado de prisão contra ele, no dia 30 de dezembro, Fauzi embarcou para Moscou na Rússia. O economista tem família na capital russa: a mulher dele, de origem russo-israelense, e o filho, de três anos, vivem no cidade. Ele é considerado foragido.
Em entrevista concedida ao "Projeto Colabora", Fauzi assumiu a autoria do ataque e declarou que soube com antecedência sobre a expedição de um mandado de prisão contra ele, cumprido em operação policial. Questionado sobre os objetivos do ataque, Fauzi disse que agiu apenas por motivação política. Na entrevista e em um vídeo divulgado durante a semana, ele demonstrou insatisfação com o especial de Natal do Porta dos Fundos ("A primeira tentação de Cristo"), na qual Jesus Cristo foi retratado como homossexual.
"O ato não foi motivado por qualquer razão eleitoral ou financeira, como resta evidente", disse Fauzi, que atribuiu a origem dos R$ 139 mil apreendidos pela polícia em um dos seus endereços ao trabalho de seu pai no comércio.
O Ministério da Justiça informou ao jornal O Globo que a pasta e o Itamaraty estão inclinados a assinar o pedido de extradição do empresário Eduardo Fauzi Richard Cerquise, de 41 anos, acusado de ser um dos responsáveis pelo ataque a produtora de filmes Porta dos Fundos, no Humaitá, na semana do Natal.
No entanto, o ministério disse que o pedido de deportação só será pedido à autoridades russas no momento que o Tribunal de Justiça do Rio fizer o pedido de extradição.