O ministro revisor do processo do mensalão, Ricardo Lewandowski (José Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2012 às 16h33.
Brasília - O revisor da ação penal do chamado mensalão no STF, ministro Ricardo Lewandowski, disse nesta quinta-feira que as acusações contra o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu por participação no esquema são "ilações" e "conjecturas", e que não há provas que incriminem o petista.
Dirceu foi apontado pelo relator, ministro Joaquim Barbosa, como "mandante" dos acordos de compra de apoio parlamentar ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tendo "comandado" as ações de outros integrantes. Barbosa votou pela condenação do ex-ministro por corrupção ativa, seguindo denúncia do Ministério Público Federal.
Veja outras declarações de Lewandowski durante a leitura do voto em sessão no Supremo Tribunal Federal (STF):
Falta de provas - "A denúncia bem analisada, como em boa parte dos casos, não individualiza adequadamente as acusações imputadas ao réu e não descreve de forma satisfatória o liame subjetivo que uniria os integrantes da alegada trama criminosa, incluindo José Dirceu, cuja participação nos eventos é deduzida de ilações e simples conjecturas." "Não descarto a possibilidade... que tenha sido até o mentor desta trama criminosa, mas o fato é que isso não encontra ressonância na prova dos autos." "O Ministério Público limitou-se a potencializar o fato de José Dirceu exercer determinadas funções públicas para imputar determinados crimes sem dar-se o trabalho de descrever minimamente os delitos."
Relação com Marcos Valério - "José Dirceu não cultivava nenhuma relação (com Marcos Valério), muito menos de confiança." (Reportagem de Hugo Bachega e Ana Flor)