Funcionário trabalha na linha de produção da vacina de dose única contra a covid-19 da CanSino em Tianjin, China. (China Daily/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de outubro de 2021 às 18h42.
Última atualização em 2 de outubro de 2021 às 18h42.
A biofarmacêutica brasileira Biomm anunciou na sexta-feira, 1º de outubro, ter fechado um acordo com a empresa chinesa CanSino para ofertar no país a vacina de dose única contra a covid-19 Convidecia. Para que isso seja possível, a Biomm planeja submeter em breve um pedido de uso emergencial do imunizante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Se tiver aprovação, a biofarmacêutica prevê até fabricar a vacina no Brasil.
Desenvolvida a partir do chamado adenovírus do tipo 5, a Convidecia seria o segundo imunizante de aplicação única administrado no País. A vacina da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, já é utilizada em municípios brasileiros desde o fim de junho.
Atualmente, a vacina da CanSino é aplicada na população adulta de países como Chile, Argentina, México e Rússia. De acordo com estudos conduzidos pela empresa chinesa, o imunizante teria eficácia geral de 68,83% após 14 dias da aplicação. Para casos graves de covid-19, a eficácia seria de 95,47% no mesmo período.
O CEO da Biomm, Heraldo Marchezini, explicou ao Estadão que as tratativas com a CanSino começaram em maio. Depois disso, a biofarmacêutica brasileira precisou comprovar que reúne capacidade técnica para a produção de vacinas e demonstrar que segue boas práticas relacionadas a governança corporativa e a aspectos regulatórios. Com o acordo, a Biomm poderá importar a vacina, caso receba autorização emergencial da Anvisa e seja incorporada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). A Biomm também prevê, "em um segundo momento", produzir a vacina em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte.