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Debate da Globo tem dobradinhas, bom humor e críticas a Bolsonaro

Ausência do líder nas pesquisas foi questionada, candidatos lamentaram extremos e Haddad virou alvo privilegiado

Candidatos à Presidência da República em debate na Globo (Ricardo Moraes/Reuters)

Candidatos à Presidência da República em debate na Globo (Ricardo Moraes/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 4 de outubro de 2018 às 22h01.

Última atualização em 5 de outubro de 2018 às 09h23.

São Paulo - O debate presidencial da TV Globo, o último antes do primeiro turno das eleições 2018, foi marcado pela ausência do líder nas pesquisas.

Jair Bolsonaro (PSL) não participou da sabatina seguindo orientação médica, mas teve uma entrevista transmitida pela TV Record no mesmo horário, uma medida polêmica do ponto de vista jurídico.

Sua ausência foi comentada: Marina Silva (Rede) disse que ele "amarelou". Já Henrique Meirelles (MDB) alertou para o risco de "salvadores da pátria" e disse que quem não se submete ao contraditório "não tem condições de administrar o país".

Declarações controversas de Bolsonaro foram citadas indiretamente por vários candidatos, e Guilherme Boulos (PSOL) foi aplaudido ao fazer uma crítica da tortura e da ditadura militar.

Fernando Haddad (PT), em segundo lugar nas pesquisas, também entrou no foco. Ele foi convocado por Marina a fazer uma autocrítica, foi ligado à crise econômica por Geraldo Alckmin (PSDB) e teve sua relação com o ex-presidente Lula questionada por Álvaro Dias (Podemos)

Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) fizeram uma dobradinha em que lamentaram a polarização da sociedade e a falta de governabilidade de quem quer que seja eleito com alto nível de rejeição. A questão da "eleição de extremos" também foi levantada por Alckmin.

A sabatina foi conduzida pelo editor do Jornal Nacional, William Bonner, com transmissão em canal aberto, pela Globo News e pelo site G1.

Houve momentos descontraídos, como quando Bonner se confundiu com as instruções e Ciro o ajudou, brincando depois que por isso merecia seu voto.

Veja tudo o que aconteceu:

0h32 - "Ódio não gera emprego", diz Meirelles

Em suas considerações finais, Meirelles disse que "ódio não gera emprego e vingança não cria segurança nem educação nem boa assistência de saúde".

Marina disse que “esse país não está precisando de força física, esse país precisa de força moral”.

Boulos pediu para que as pessoas votem sem medo pois "não vai estar ali na hora da urna os seus amigos de whats app ou o seu patrão".


0h27 - Álvaro Dias pergunta para Fernando Haddad sobre corrupção

"Nós vamos fazer o que um governo tem que fazer: fortalecer os órgãos de combate à corrupção (...) liberdade pra investigar, apoio à inteligência, carreira nova, contratação de pessoal, autonomia pra PF", disse Haddad.

"Palavras soltas ao vento", retrucou Álvaro, apontando que não dá para o candidato petista dizer que Lula foi preso injustamente diante das "provas cabais".

Ele completou que "quem diz que Palocci mente não será um presidente capaz de impor rigor".

"A legislação que você elogia, e com razão, é toda do nosso período", justificou Haddad. "Sabe quem elogiou a legislação que nós aprovamos? Os procuradores da Lava Jato".


0h10 - Ciro faz referência a uma frase de Bolsonaro

Em pergunta sobre segurança, Ciro diz que sua filha e neta "não foram resultado de nenhuma fraquejada".

Foi uma referência a Bolsonaro, que disse em um evento público em abril de 2017 sobre seus filhos: "Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher".


0h05 - Ciro e Haddad debatem tema sorteado: Previdência

Ambos criticaram duramente a proposta de reforma da Previdência em tramitação no Congresso, enviada pelo governo de Michel Temer.

Ciro a classificou de "aberração" e focou na necessidade de criar um regime paralelo de capitalização.

Haddad disse que sua ideia "é tirar da idade mínima quem ganha até uma determinada faixa de renda e o aposentado rural" pois a expectativa de vida é diferente dependendo da renda e da região.

"Trabalhador da classe pobre não vai pagar a conta do ajuste fiscal", garantiu.


23h59 - Termina o terceiro bloco do debate


23h48 - Bolsonaro é alvo de críticas

"Você acha correto que um homem que quer ser presidente do Brasil não se submeta ao debate?", perguntou Ciro a Meirelles.

Meirelles disse que todos estavam participando para se submeterem a críticas, ataques e até ofensas, e quem não está disposto a isso "não tem condições de administrar o país".

Em outra resposta, Alckmin disse que Bolsonaro “não tem sensibilidade com as mulheres” e “não podemos ir para esse segundo turno de extremos” pois ‘os brasileiros já tem problemas demais. Não pode ter presidente que também é problema”.


23h40 - Meirelles e Boulos tem embate sobre trabalho

Meirelles disse que trabalhou quando o Brasil precisou e provocou: “pode parecer estranho pra você, esse negocio de trabalhar”.

Boulos retrucou: "você é banqueiro e banqueiro não trabalha”.


23h25 - Começa o terceiro bloco do debate, com perguntas livres de candidato para candidato

Perguntando para Haddad, Marina disse que se pudesse também faria a mesma pergunta para Bolsonaro, mas ele "amarelou; deu uma entrevista para a Record e não veio aqui debater conosco". Ela foi aplaudida.

Em seguida, perguntou que tipo de autocrítica o PT faz diante do tamanho da crise que o país se encontra.

Haddad disse que entrou há 22 dias na campanha por causa de uma situação "anormal" de uma decisão "arbitrária" de não permitir que Lula fosse candidato apesar de estar em primeiro nas pesquisas.

Lula "é considerado pelo mundo inteiro" um preso político, disse Haddad. "É lamentável que você não reconheça nenhum dos erros", disse Marina.

Haddad disse que reconhece em entrevistas ajustes necessários e erros passados, mas completou: "não vou jogar a criança com a água do banho, eu sei o que foram os 12 anos de governo do PT".


23h21 - Termina o segundo bloco do debate


23h16 - Ciro e Haddad falam sobre conciliar meio ambiente e agronegócio

Ciro citou sua vice Kátia Abreu, ligada ao setor rural, como uma pessoa em posição privilegiada para entender a questão.

Haddad disse que os “ruralistas arcaicos, que estão apoiando o Bolsonaro, estão resistindo à modernização”, em referência ao apoio declarado da bancada ruralista ao candidato do PSL.

Ciro disse que apesar de coisas boas em seus governos, o “PT perdeu a capacidade politica de unir o Brasil” e conter "a radicalização estúpida que o Bolsonaro representa”.


23h11 - Meirelles ganha direito de resposta

A razão foi ter sido chamado de "cúmplice de corrupção" por Álvaro Dias por ter participado dos governos Lula e Dilma.

"Não tenho nenhum processo. Isso é ser um ficha limpa", disse Meirelles, repetindo o mote que trabalha quando o Brasil precisa.


23h - Álvaro Dias tem embate com Fernando Haddad

Álvaro Dias diz que Haddad não é o real candidato do PT e pergunta sobre o acordo com acionistas americanos para encerrar processos relacionados à corrupção na Petrobras.

Haddad disse que Álvaro Dias precisava ter mais "compostura" pois "não respeita tempo, não respeita seus adversários, não respeita as regras" e "brinca com coisa séria".

Disse que ele precisava se "situar no tempo e espaço", em referência aos pedidos de Bonner para que Álvaro ficasse centralizado para a câmera e não fazer perguntas a tempo.

"Nós multiplicamos por 10 o tamanho da Petrobras" no governo do PT, disse Haddad, prometendo que os recursos da empresa não serão mais transferidos ao exterior em seu eventual governo.


22h45 - Começa o segundo bloco do debate

Neste bloco, candidato pergunta a candidato com tema sorteado na hora.

O primeiro tema era Custo Brasil e a pergunta foi de Boulos para Alckmin; eles divergiram sobre direitos trabalhistas e o peso disso para empresários.

O segundo tema foi Legislação Trabalhista e a pergunta foi de Marina para Meirelles; ela perguntou sobre alguns pontos controversos da reforma trabalhista, como a possibilidade de mulheres grávidas trabalharam em local insalubre, ou que pessoas pobres precisem pagar perícia jurídica.

Ele admitiu ajustes mas defendeu a necessidade de mudar a legislação trabalhista.

Presidenciáveis em debate leitoral na Globo (Ricardo Moraes/Reuters)

22h41 - Termina o primeiro bloco do debate


22h32 - Boulos fala em defesa da democracia

Perguntado por Haddad sobre sugestões de Bolsonaro e seu vice de restrição a direitos trabalhistas, Boulos escolheu falar sobre defesa da democracia.

"Muita gente morreu, muita gente foi torturada, tem mãe que não conseguiu enterrar um filho até hoje", disse Boulos.

Ele disse que a ditadura "faz 30 anos, mas parece que nunca estivemos tão perto" e que “se você vai poder votar no domingo é porque teve gente que derramou sangue pra isso".

Foi uma referência clara à candidatura de Jair Bolsonaro, notório por sua defesa da ditadura militar e da tortura.

No final, ele disse que é preciso declarar que "ditadura nunca mais" e foi aplaudido. Bonner pediu que a plateia não se manifestasse.


22h28 - Meirelles pergunta para Ciro sobre o risco de salvadores de pátria, usando o exemplo de Collor

Ciro repetiu que o país está dançando na beira do abismo e da necessidade de competência e projeto, pois o momento é de dificuldade e "os homens são passageiros".


22h21 - Álvaro Dias e Meirelles tem momento descontraído

Na hora de fazer sua pergunta para Henrique Meirelles, Álvaro Dias primeiro fez uma brincadeira se apresentando a Bonner - uma referência a não ter sido convidado para as entrevistas do Jornal Nacional.

Ele também disse que o candidato do PT não estava lá, e sim preso. No final, acabou estourando seu tempo e Meirelles acabou falando sobre propostas.


22h16 - Alckmin pergunta a Haddad sobre crise econômica

Alckmin perguntou a Fernando Haddad sobre o estilo PT de governar e a responsabilidade do partido pela crise econômica.

Haddad voltou a repetir a entrevista de Tasso Jereissatti que fez um "mea culpa" do papel do PSDB nos últimos anos, e as "pautas-bomba" de aumentos de gastos, apoiadas pelo PSDB em 2015.

“Nós vamos recuperar as finanças públicas, mas não como vocês querem”, disse Haddad. Para Alckmin, ele "terceiriza a responsabilidade" pela crise.


22h11 - Marina e Ciro fazem dobradinha sobre polarização

No primeiro bloco, candidato pergunta a candidato com tema livre.

A primeira pergunta é de Ciro Gomes para Marina Silva, sobre uma possível repetição da polarização vista em 2014, com pouca margem de vitória e fraca governabilidade.

Marina disse que "alguns estão votando por medo do Bolsonaro, outros por medo do Haddad" e que o Brasil vai "ficar quatro anos vivendo uma situação de completa instabilidade".


22h06 - Debate tem início

William Bonner apresenta as regras, explica a ausência de Bolsonaro e pede uma salva de palmas para os candidatos presentes.

Ciro Gomes, Guilherme Boulos, Geraldo Alckmin e Marina Silva em debate na Globo (Ricardo Moraes/Reuters)

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