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Acolhimento para morador de rua é insuficiente, diz frei

Segundo o frei da Comunidade Voz dos Pobres, o problema é agravado com a chegada do inverno e de temperaturas próximas a zero


	Morador de rua: ao menos quatro moradores de rua morreram desde quinta-feira (9) na cidade
 (Nacho Doce / Reuters)

Morador de rua: ao menos quatro moradores de rua morreram desde quinta-feira (9) na cidade (Nacho Doce / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2016 às 16h32.

A rede de acolhimento voltada ao atendimento de pessoas em situação de rua na capital paulista é insuficiente, de acordo com análise do frei Agostino, da Comunidade Voz dos Pobres.

Segundo ele, o problema é agravado com a chegada do inverno e de temperaturas próximas a zero.

Ao menos quatro moradores de rua morreram desde quinta-feira (9) na cidade. As causas das mortes ainda serão investigadas, mas a arquidiocese suspeita que o frio tenha ocasionado os óbitos.

Com recordes de frio, São Paulo registrou hoje (13) zero grau, a temperatura mais baixa em 12 anos de existência do Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE).

A Secretaria Municipal da Assistência Social informou que a capital tem quase 16 mil moradores de rua, conforme censo elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Frei Agostino, que atua na proteção à população de rua, calcula que existam pelo menos 20 mil pessoas nessa situação em São Paulo. A assessoria de imprensa da secretaria não comentou sobre a divergência dos números.

O frei afirmou que o número subestimado possa prejudicar o atendimento a essa população carente. Segundo ele, a descentralização dos abrigos é outro obstáculo.

“Eles [abrigos] não estão no centro, onde a maioria da população de rua fica. Muitos fazem bicos ou até mesmo trabalham com carteira assinada no centro. Eles não têm condições de pagar aluguel, que é muito caro na cidade”, acrescentou.

Os dados do censo revelam que 52,7% da população de rua preferem ficar na área da Sé, no centro.

“Na região do Pátio do Colégio, você encontra um grande número de moradores de rua. Mesmo sendo uma área aberta, eles preferem ficar sempre juntos, pois se sentem mais seguros”, destacou o frei.

Na cidade, existem 79 centros de acolhida da capital, com 10 mil vagas fixas. Segundo a prefeitura, essa rede foi ampliada para o inverno, com mais 1,2 mil vagas.

“De acordo com a demanda, haverá ainda a possibilidade de abertura de alojamentos de emergência, quando as vagas ofertadas pela rede forem insuficientes”, informou a nota da prefeitura, que oferece o telefone 156, funcionando 24 horas, para mais informações.

Mortes

Segundo a Arquidiocese de São Paulo, foram registradas quatro mortes nos últimos quatro dias, possivelmente causadas pelo frio. Na quinta-feira (9), um homem foi achado próximo ao metrô Santana.

Na sexta-feira (10),  uma mulher foi encontrada perto do Terminal Rodoviário do Tietê, ambos na zona norte. Eles ainda não foram identificados.

O morador de rua João Carlos Rodrigues, de 55 anos, que estava nas imediações da estação Belém do metrô, foi achado na madrugada de sexta-feira. Adilson Justino, com idade desconhecida, foi encontrado sábado (11) pela Polícia Militar na Avenida Paulista.

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