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Abin revela conta do EI em português no Telegram

A Abin, no entanto, não deu detalhes sobre o eventual monitoramento dos usuários da conta no Telegram


	Estado Islâmico: "Entendemos que a abertura de uma conta pode ser a abertura de uma porta para que brasileiros sejam radicalizados”
 (AFP)

Estado Islâmico: "Entendemos que a abertura de uma conta pode ser a abertura de uma porta para que brasileiros sejam radicalizados” (AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2016 às 20h26.

Rio de Janeiro - Equipes de inteligência que atuam próximas ao plano de segurança dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro detectaram a abertura de uma conta em português em um aplicativo de mensagens para a troca de informações sobre o Estado Islâmico, confirmou nesta quinta-feira a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A Abin, no entanto, não deu detalhes sobre o eventual monitoramento dos usuários da conta no Telegram.

“Entendemos que a abertura de uma conta pode ser a abertura de uma porta para que brasileiros sejam radicalizados”, disse uma fonte próxima ao assunto.

A suspeita de autoridades é que a conta poderia ser usada para recrutar algum brasileiro para atuar em nome do grupo no país. A partir de 5 de agosto, o Rio de Janeiro vai sediar os Jogos Olímpicos e a cerimônia de abertura deve reunir cerca de 100 chefes de Estado.

“Não há risco (de ataque)”, afirmou à Reuters o superintendente regional da Abin no Rio de Janeiro, Frank Oliveira.

O SITE, grupo que monitora ameaças de grupos militantes islâmicos na Internet, disse em 7 de junho que simpatizantes do Estado Islâmico divulgaram mensagens no aplicativo Telegram pedindo que pessoas que falam português se juntassem a uma "equipe de tradutores".

Não foi a primeira vez que a Abin revelou uma possível ameaça ao Brasil envolvendo o Estado Islâmico, grupo radical que tem realizado atentados e assumiu responsabilidade pelos ataques do ano passado em Paris, que deixaram 130 mortos.

Em abril, a agência disse ter detectado a autenticidade de um perfil do Twitter em que o francês Maxime Hauchard, integrante do Estado Islâmico, afirma que o Brasil seria o próximo alvo.

O secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, condenou o vazamento desse tipo de informação, porque causaria um alarde desnecessário.

“Eu não recebi essa informação e se Abin falou que recebeu, ela que tem que esclarecer à população brasileira. Essas coisas a gente não fala, antecipa a possibilidade alguma coisa vir a acontecer”, afirmou Beltrame em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

O plano de segurança para a Olimpíada envolve cerca de 85 mil homens de diversas forças, incluindo 9 mil agentes da Força Nacional de Segurança para atuar nas arenas e instalações olímpicas, mas o Estado do Rio não está seguro de que terá à disposição todo o efetivo prometido da Força Nacional.

O governo do Rio espera receber em breve um sinal positivo para que militares das Força Armadas possam atuar no patrulhamento de vias expressas durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

A demanda feita pelo Estado é para que sejam liberados entre 2 mil e 3 mil militares.

Ameaça na reserva

A Secretaria de Segurança e o Corpo de Bombeiros começaram a investigar a veracidade de áudios que vazaram em redes sociais nos quais supostos bombeiros militares da reserva ameaçam medidas de impacto e bloqueio de ruas e avenidas durante a Olimpíada.

A revolta é com o atraso no pagamento de salários dos servidores da ativa e inativos do Estado, incluindo militares.

O Estado do Rio vive uma das maiores crises financeiras da história e frequentemente vem mudando, atrasando e até parcelando o pagamento de salários e benefícios.

O superintendente extraordinário para grandes eventos da Secretaria Estadual da Defesa Civil, Wanius Amorim, afirmou que os militares da reserva podem ser punidos se confirmadas as ameaças.

“As penas podem ser administrativas ou as previstas em lei”, declarou Amorim a jornalistas.

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