Brasil

A um dia do julgamento, Demóstenes volta ao plenário

No pronunciamento, Demóstenes disse que ultrapassou "uma a uma" todas as barreiras das provas ilegais a partir dos vazamentos criminosos contra ele

Demóstenes disse que nada do que foi dito por ele no pronunciamento do dia 6 de março foi comprovado (Wilson Dias/Agência Brasil)

Demóstenes disse que nada do que foi dito por ele no pronunciamento do dia 6 de março foi comprovado (Wilson Dias/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2012 às 17h19.

Brasília - No sétimo discurso que faz em plenário, nesta segunda, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO) afirmou que resistiu ao que considera "campanha de demolição" de sua honra. A um dia do julgamento no qual poderá ser cassado por usar o mandato na defesa dos interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Demóstenes disse que chega ao julgamento com a "cabeça erguida", convicto de que será absolvido.

"Não há um cálculo preciso, mas estima-se que a campanha de demolição da minha honra tenha produzido até agora 3 milhões de textos dos mais diversos tamanhos e graus de agressividade", disse. "Mas eu resisti e chego à véspera da votação com a cabeça erguida e a convicção de que a verdade prevalecerá".

No pronunciamento, Demóstenes disse que ultrapassou "uma a uma" todas as barreiras das provas ilegais a partir dos vazamentos criminosos contra ele. Mas logo em seguida fez uma ressalva: falta uma barreira, a votação amanhã na qual o Senado vai escolher, na opinião dele, um futuro de "insegurança jurídica" em que qualquer um "terá de ser eliminado para atender a sanha acusatória", ou um amanhã justo, respeitando-se os direitos dos representados, sem pressa".


"O Senado vai optar pelo devido processo legal, sem pressão, em julgamento baseado em provas, não em campanhas de danos contra senadores", acredita o senador, no mais curto discurso da série, de apenas 10 minutos, para uma plateia de apenas 10 senadores.

Demóstenes disse que nada do que foi dito por ele no pronunciamento do dia 6 de março foi comprovado. Na ocasião, ele admitiu ser amigo de Cachoeira, mas negou ter negócios com o contraventor. "Não se trata de ser cassado amanhã, trata-se de defender a própria honra, de manter límpida uma biografia escrita com esforço, estudo e disciplina", afirmou.

O senador afirmou que é preciso voltar ao "curso normal" dos trabalhos. "Junto com Vossas Excelências, tenho ainda muito a contribuir com esta Casa e vou perseverar nos estudos e nas pesquisas para aprimorar a elaboração de proposições e relatórios. Agora sobrevivente de uma atrocidade sem precedentes me sinto mais maduro para legislar", disse.

Segundo Demóstenes, ao custo de "lágrimas", "dor", "sono" e "saúde", chega "limpo com uma carreira de ações transparentes". Ao final, ele disse que a perseguição vai ser derrotada e os pais, seu Avelomar e dona Luzia, mencionados pela primeira vez nos discursos, continuarão tendo a certeza de que permanece limpo o nome da família.

Acompanhe tudo sobre:CongressoCorrupçãoEscândalosFraudesPolítica no BrasilSenado

Mais de Brasil

'Fuck you': Janja diz não ter medo de Elon Musk e xinga dono do X durante painel do G20

Qual o valor da multa por dirigir embriagado?

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro