Brasil

A polêmica reforma eleitoral vai a votação

Para que as mudanças estejam em vigor para as eleições de 2018, é preciso que seja aprovada no Congresso até o final de setembro

Câmara dos Deputados: após adiamento, reforma eleitoral deve voltar a ser apreciada (Ueslei Marcelino/Reuters)

Câmara dos Deputados: após adiamento, reforma eleitoral deve voltar a ser apreciada (Ueslei Marcelino/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 21 de agosto de 2017 às 06h35.

Última atualização em 21 de agosto de 2017 às 07h33.

Durante a semana, provavelmente na terça, os deputados devem começar a votar em plenário a reforma eleitoral. Depois que o texto foi aprovado na comissão especial que o avaliava no início da última semana, líderes partidários chegaram a cogitar acelerar a tramitação e levar ao plenário a reforma ainda na última quarta, mas a falta de quórum impediu seu prosseguimento. Mas isso não deve demorar, já que os políticos correm contra o tempo. Para que as mudanças estejam em vigor para as eleições de 2018, é preciso que seja aprovada no Congresso até o final de setembro.

Às Sete – um guia rápido para começar seu dia

Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:

Como a reforma é uma Proposta de Emenda à Constituição, ela precisa passar por duas votações tanto na Câmara como no Senado, sendo aprovada por três quintos dos parlamentares de cada casa. O prazo é curto.

Dois pontos vêm causando mais polêmica e sendo criticados por especialistas e cientistas políticos. Primeiro, a criação de um fundo eleitoral público, que para as eleições de 2018 seria de 3,6 bilhões de reais. O valor é visto como exagerado, ainda mais em anos de crise e seguidos déficits fiscais. Outro ponto controverso é a mudança na forma de eleger deputados, do atual sistema proporcional, que mescla votos pessoais e na legenda na hora de escolher os parlamentares, para o chamado “distritão”, que levaria os mais votados à Câmara.

O sistema é visto como “o pior possível” porque não ajudaria a renovar o parlamento, além de aumentar a fragmentação política e enfraquecer os partidos. Os deputados, por sua vez, vêem na mudança um atalho que facilitaria a reeleição. Esses dois pontos devem ser votados em separado. Para amenizar a controvérsia, os líderes partidários passaram a cogitar o sistema “distrital misto”. O problema é que ele não foi discutido e ninguém sabe direito como funcionaria.

De qualquer forma, parece a saída menos indigesta do ponto de vista de opinião pública, ainda mais se vier em combo com o fundão de 3,6 bilhões. Este último não deve sofrer modificações. E, sem pressão popular, corre o risco de passar. Seria mais um abuso de um Congresso reprovado por 94% dos brasileiros.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteCâmara dos DeputadosCongressoEleições 2018Exame HojePartidos políticosPolíticaPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil