Repórter
Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 09h18.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2025 às 10h19.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 6, que a marca que ele deixará no seu terceiro mandato é "crescimento, distribuição de renda e inclusão social", ao ser questionado sobre seu governo em uma entrevista a rádios de Salvador nesta manhã.
"Muito dinheiro na mão de poucos significa miséria. Pouco dinheiro na mão de muitos significa distribuição de renda. Com o dinheiro circulando, o comércio vai crescer, o serviço vai crescer, o poder de compra vai crescer, o salário e o PIB vão crescer e tudo vai melhorar no país. Ao invés de discutir macroeconomia, é preciso discutir microeconomia porque é isso que vai fazer a coisa acontecer", disse.
Lula defende regulamentação das redes, diz que Congresso precisa atuar ou 'STF vai ter que regular'A fala do chefe do Executivo ocorre em um contexto onde ele também falou sobre a recente disparada na taxa do dólar e o trabalho do Banco Central (BC).
"O dólar foi alvo de especulação e está voltando à normalidade", após ser alvo de "especulação" e ser influenciado por turbulências motivadas por "loucuras' do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início da gestão, contextualizou Lula.
Lula disse que a moeda também sofreu a influência de uma gestão "irresponsável" do ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, que, segundo ele, deixou uma "arapuca".
"Nós tivemos um aumento do dólar, porque tivemos um BC totalmente irresponsável, que deixou uma arapuca que a gente não pode desmontar de uma hora para a outra. Eu disse outro dia que a gente não pode dar um cavalo de pau num navio do tamanho do Brasil. É preciso que a gente tenha juízo e faça as coisas com cuidado", disse o mandatário.
Na semana passada, em entrevista após o Banco Central anunciar uma nova alta na taxa de juros para 13,25% ao ano, Lula já havia se esquivado de criticar o novo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, indicado por ele. Em altas anteriores, quando o BC tinha Campos Neto à frente, Lula chegou a chamá-lo de "adversário".
Em entrevista a rádios de Minas Gerais ontem, Lula afirmou que vai se reunir com representantes de setores de alimentos com alta nos preços para discutir uma solução de como combater a inflação dos produtos. O governo ainda estuda quais serão as medidas para baratear os alimentos, prioridade do presidente após queda na popularidade.
Na entrevista de hoje, o presidente voltou a falar sobre o tema. "Abrimos 301 novos mercados para os produtos brasileiros. O Brasil virou o celeiro do mundo. Precisamos produzir mais, e com qualidade, para diminuir o preço. Comida barata na mesa do trabalhador é algo que estamos perseguindo", disse.
No final de janeiro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que o governo vai reduzir o imposto de importação de alimentos que estiverem com preço mais alto no Brasil do que no exterior.