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A discreta volta de Aécio Neves à Câmara dos Deputados

Embora já tenha presidido a Câmara entre 2001 e 2002, ele não apresentou, até agora, qualquer projeto e não pleiteou nenhum cargo

Aécio: na quarta-feira (20) se livrou de processo de expulsão do PSDB pelo envolvimento em escândalos de corrupção. (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)

Aécio: na quarta-feira (20) se livrou de processo de expulsão do PSDB pelo envolvimento em escândalos de corrupção. (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 10h36.

Brasília — Ex-presidente nacional do PSDB e aposta do partido para a Presidência da República até cair na Operação Lava Jato, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) tem adotado uma postura discreta na Câmara neste início do mandato.

Acusado de ter recebido propina de empresários, o tucano é réu no Supremo Tribunal Federal. Na quarta-feira (20) se livrou de processo de expulsão do PSDB pelo envolvimento em escândalos de corrupção.

Embora já tenha presidido a Câmara entre 2001 e 2002, Aécio não apresentou, até agora, qualquer projeto e não pleiteou cargo na Mesa Diretora da Casa.

Ele também não deverá ser indicado para a presidência de comissões, função que o PSDB pretende reservar aos mais jovens da sigla.

A atuação nas sombras é uma forma de blindar o partido de críticas pela decisão de abrigá-lo. A regra é: quanto menos ele aparecer, melhor.

O partido reservou para Aécio a presença em apenas duas comissões temáticas, onde são votados os projetos antes de seguirem para o plenário, ainda não definidas. Numa delas será suplente.

Eleito com 106.702 votos, Aécio ainda não fez discurso na tribuna da Câmara. Até agora, marca presença no plenário apenas quando tem votação. Tem motivo para isso. Quem não comparece, tem desconto no salário de R$ 33,7 mil.

Na terça-feira, ajudou a impor a primeira derrota ao governo Jair Bolsonaro. Aécio foi um dos 367 deputados que votaram para derrubar decreto sobre classificação de documentos ultrassecretos.

Quando não há votação, o tucano se isola no gabinete, numa rotina bem diferente de antes de ser revelada sua relação suspeita com Joesley Batista.

O que não é discreto, porém, é o seu gabinete. Como ex-presidente, ocupa um dos maiores e teve atendido seu pedido para incorporar no espaço uma cozinha.

Até agora, nomeou nove dos 25 assessores a que tem direito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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