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"A corrupção não é invencível", diz ministro do STF

Para Luís Roberto Barroso, há chance real de "mudarmos o patamar da ética pública e privada"

Luís Roberto Barroso: "Há chance real de mudarmos o patamar da ética pública e privada" (Antonio Cruz/ABr/Agência Brasil)

Luís Roberto Barroso: "Há chance real de mudarmos o patamar da ética pública e privada" (Antonio Cruz/ABr/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de setembro de 2017 às 19h12.

Rio - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse nesta sexta-feira, 1º, no Rio, que "a corrupção não é invencível".

"A ditadura parecia invencível, a inflação, a pobreza extrema, e em uma geração conseguimos derrotar esses três flagelos. Acho que a corrupção não é invencível. Há chance real de mudarmos o patamar da ética pública e privada. Eu vivo para este dia".

Ao ministrar aula inaugural de um curso na Procuradoria Geral do Estado, o ministro voltou a dizer que existe uma "operação abafa" da Lava Jato, e que há quem acredite que nada mudou no País com as investigações. Ainda assim, manteve o tom otimista.

"Essa corrupção sistêmica que se disseminou no Brasil abalou profundamente a autoestima da sociedade brasileira. Mas, assim espero, ela oferece a chance de um recomeço, de refundação em outros patamares", pontuou o ministro.

"Poucos países do mundo tiveram coragem de enfrentar uma corrupção extensa e generalizada com essa determinação. É claro que há reações, operação abafa. Esse processo de enfrentamento da corrupção alcançou pessoas que se consideram imunes e impunes, e elas se articulam para não serem responsabilizadas penalmente. Em 3 anos de Lava Jato há muita gente que acha que nada mudou, e que tudo vai continuar assim", complementou.

"Pior, essas pessoas têm aliados em toda parte, nos altos escalões, nos poderes, na imprensa e até onde menos seria de se esperar... E mesmo assim eu acho que temos avanço. Às vezes não se avança linearmente, mas a gente tem avançado", continuou.

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