KROTON: maior empresa de educação do mundo deve mostrar bons resultados, mas fusão com a Estácio preocupa / Germano Lüders/EXAME
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2017 às 06h56.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h05.
A fusão entre a Kroton, maior empresa de educação do mundo em valor de mercado, e sua concorrente Estácio tornou-se uma mina de especulações nas últimas semanas. Em meio a tudo isso, a Kroton divulga seus resultados de 2016 hoje. Para o banco Brasil Plural, a expectativa é que eles sejam positivos, dentro do possível. O faturamento da companhia deve diminuir 1,8%, de 5,26 bilhões para 5,16 bilhões, bem menos que o número de estudantes, que caiu 11,2%, de 1,02 milhão para 909.000 – a empresa vendeu a Uniasselvi em fevereiro.
Mas o que importa está na última linha. O líquido deve ficar em 1,9 bilhão, quase 600 milhões a mais que em 2015. Analistas acreditam que, mesmo em um momento turbulento para o setor, com o governo diminuindo as vagas e o valor do financiamento do Fies, o financiamento estudantil do governo, a Kroton conseguiu aumentar a eficiência operacional das unidades e dentro da sala de aula.
Mesmo assim, as ações da companhia caíram 3,74% no pregão de ontem, e as da Estácio, 4,93%. Isso porque surgiu a notícia de que a Estácio contratou uma empresa de investigação israelense para tentar identificar o foco do vazamento do e-mail entre o presidente da empresa, Pedro Thompson, e uma advogada. A comunicação mostraria que Thompson, responsável por tocar a fusão pelo lado da Estácio, estava trabalhando contra o negócio.
As conversas chegaram a Rodrigo Galindo, presidente da Kroton, que mostrou tudo para o presidente do conselho de administração da rival e possível futura sócia, João Cox. Thompson foi afastado do processo, que tem até dia 27 de julho para ser julgado pelo Cade, o conselho de defesa econômica. A desconfiança da Estácio é que executivos da empresa tenham sido hackeados. Embora analistas digam que isso deve impactar pouco na possibilidade de fusão, já que o Cade incomoda mais, o mercado entendeu diferente. De qualquer forma, a Kroton deve mostrar hoje que, se tudo der errado, dá para viver muito bem sozinha.