Brasil

94% das famílias atingidas por lama estão em casas alugadas

263 famílias que tiveram suas casas atingidas pela lama em Mariana (MG) já estão em residências temporárias alugadas pela Samarco


	Tragédia em Mariana: a realocação das famílias até 24 de dezembro é uma das exigências feitas pelo Ministério Público à Samarco
 (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Tragédia em Mariana: a realocação das famílias até 24 de dezembro é uma das exigências feitas pelo Ministério Público à Samarco (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2015 às 14h33.

Brasília - No dia de Natal (25), o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em Mariana (MG), completa 50 dias e quase todas as famílias que tiveram suas casas atingidas pela lama já tem nova moradia.

Segundo o secretário adjunto de Desenvolvimento Social de Mariana, João Paulo Paranhos, 263 famílias já estão em residências temporárias alugadas pela Samarco.

A realocação das famílias até o dia 24 de dezembro é uma das exigências feitas pelo Ministério Público à mineradora. Das famílias que estavam em hotéis do município, 94% já foram para essas casas.

Os outros 6%, segundo Paranhos, ainda permanecem em hotéis, porque não entraram em acordo com a empresa sobre o imóvel, se recusam a sair por causa de conflitos familiares ou, ainda, aguardam a construção de imóvel próprio.

A Samarco também deve pagar auxílio financeiro que garanta o saque de um salário mínimo por mês, mais o valor de uma cesta básica e 20% do salário mínimo por dependente.

Paranhos informou que nem todas as famílias já receberam o auxílio, mas que ele será pago com valores retroativos ao dia da tragédia, 5 de novembro.

“O que vai se discutir a partir de agora são as ações de indenização e reconstrução das comunidades atingidas”, disse Paranhos, explicando que os problemas emergenciais de ação humanitária estão praticamente resolvidos.

A Arquidiocese de Mariana também está promovendo ações para manter a união das famílias das comunidades atingidas pela lama, fundamental para a busca da reparação dos direitos, segundo o coordenador de Pastoral da arquidiocese, padre Geraldo Martins Dias.

Hoje (23) à noite, será realizada uma missa e confraternização entre as famílias.

Representantes das dioceses da Bacia do Rio Doce – Mariana, Itabira/Coronel Fabriciano, Caratinga, Governador Valadares e Colatina - estiveram reunidos em Mariana, ontem (22), para discutir as ações em favor das populações dos municípios atingidos nos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo e as ações de recuperação ambiental ao longo da bacia do Rio Doce.

Segundo o padre Geraldo, as dioceses querem acompanhar a ficha cadastral dos atingidos para garantir que o cadastro seja pleno e ninguém fique de fora.

Os debates em torno da proposta do código de mineração e de um marco regulatório para garantia de direitos de atingidos também são importantes e serão acompanhados pela Igreja, disse o sacerdote.

O maior acidente ambiental do país deixou 17 pessoas mortas; duas ainda estão desaparecidas.

De acordo com o capitão Thiago Miranda, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, as equipes continuam trabalhando na busca pelos desaparecidos, fazendo varreduras após as chuvas, que ajudam a revolver a lama.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasMariana (MG)Meio ambienteMinas GeraisMineradorasPoluiçãoSamarco

Mais de Brasil

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final

Aliança Global contra a Fome tem adesão de 41 países, diz ministro de Desenvolvimento Social

Polícia argentina prende brasileiro condenado por atos antidemocráticos de 8 de janeiro

Homem-bomba gastou R$ 1,5 mil em fogos de artifício dias antes do atentado