Brasil

80% dos deputados da Lava Jato votaram pelo impeachment

Investigados no maior escândalo de corrupção do país, 18 dos 23 deputados alvos da Lava Jato votaram a favor do prosseguimento do impeachment

Eduardo Cunha: "que Deus tenha misericórdia dessa nação" (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Eduardo Cunha: "que Deus tenha misericórdia dessa nação" (REUTERS/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2016 às 19h41.

Última atualização em 6 de junho de 2019 às 18h15.

Investigados no maior escândalo de corrupção do país, 18 dos 23 deputados alvos da Operação Lava Jato votaram a favor do prosseguimento do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Responsável por aceitar o processo de impedimento da petista e réu por corrupção e lavagem de dinheiro, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) desceu de seu lugar à Mesa para votar a favor do impedimento.

"Que Deus tenha misericórdia dessa nação", disse Cunha ao votar pelo impedimento de Dilma.

Esses 23 parlamentares são alvo de inquéritos em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). A maioria foi citada pelo doleiro Aberto Youssef e pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Cunha é acusado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de ter recebido ao menos US$ 5 milhões em propina para viabilizar a construção de dois navios-sonda da Petrobras, entre junho de 2006 e outubro de 2012. O outro nome da legenda envolvido no esquema de desvios da estatal é do deputado Aníbal Gomes (CE).

Partido com maior número de deputados envolvidos na Lava Jato, o PP orientou a bancada a votar a favor do impeachment, mas o posicionamento não foi unânime entre os 45 deputados da legenda. Entre os 17 investigados no esquema de corrupção na Petrobras, só dois se posicionaram contra.

Youssef relatou repasses de R$ 30 mil a 150 mil aos parlamentares como “cota” do partido no esquema de corrupção. A legenda era responsável pela indicação da diretoria de Abastecimento, ocupada por Costa.

O PT também conta com dois integrantes na Lava Jato, os deputados José Mentor (PT) e Vander Loubet (MS). Completam a lista o deputado Julio Delgado (PSB-MG) e o deputado Missionário José Olimpio (DEM-SP), ambos da oposição.

Na comissão do impeachment, a turma da Lava Jato se dividiu. Votaram contra o governo o deputado Jeronimo Goergen (PP-RS ). Já José Mentor (PT-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) foram contra o impeachment.

Saiba como cada um votou:

A favor:

Afonson Hamm (PP-RS)
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)
Arthur de Lira (PP-AL)
Dilceu Sperafico (PP-PR)
Eduardo da Fonte (PP-PE)
Jeronimo Goergen (PP-RS)
José Otávio Germano (PP-RS)
Lázaro Botelho (PP-TO)
Luis Carlos Heinze (PP-RS)
Luiz Fernando Faria (PP-MG)
Mário Negromonte Júrnior (PP-BA)
Nelson Meurer (PP-PR)
Renato Molling (PP-RS)
Roberto Balestra (PP-GO)
Simão Sessim (PP-RJ)
Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Julio Delgado (PSB-MG)
Missionário José Olimpio (DEM-SP)

Contra:

Roberto Britto (PP-BA)
Waldir Maranhão (PP-MA)
José Mentor (PT-SP)
Vander Loubet (PT-MS)

Ausente

Aníbal Gomes (PMDB-CE)

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCorrupçãoDilma RousseffEscândalosFraudesImpeachmentOperação Lava JatoPersonalidadesPolíticaPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final