Gasolina: preços dos combustíveis puxou queda de preços em agosto. (Bloomberg/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 5 de setembro de 2022 às 17h30.
Em junho desde ano, 97% dos brasileiros achavam que os preços dos produtos aumentaram muito nos três meses anteriores. Agora, em setembro, somam 79% as pessoas com este mesmo sentimento, uma diminuição de 18 pontos percentuais, segundo a pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda-feira, 5.
Os que acham que os preços diminuíram saíram de 3% em junho, para 13% em setembro. Aqueles que consideram que não houve mudança são 6%.
A pesquisa é do Instituto FSB, encomendada pelo banco BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). O Instituto FSB ouviu, por telefone, 2.000 pessoas entre os dias 02 e 04 de setembro. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-01786/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e intervalo de confiança é de 95%.
Essa percepção dos brasileiros foi medida em números pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerada prévia da inflação mensal, ficou em -0,73% em agosto. O acumulado em 12 meses foi a 9,60%, em queda ante os 11,39% no IPCA-15 de julho. Nos oito meses do ano até agosto, a variação acumulada é de 5,02%.
O resultado de agosto representa uma deflação, quando há variação negativa no índice. É a menor inflação no IPCA-15 desde o início da série histórica da prévia, iniciada em 1991, segundo o IBGE.
Essa queda foi puxada pela diminuição no preço dos combustíveis, após o Congresso aprovar um teto de 17% para a cobrança sobre o ICMS, imposto de responsabilidade dos estados. A gasolina caiu 16,80% em agosto, o etanol registrou uma queda de 10,78%, e o diesel caiu 0,56%.
A expectativa do brasileiro em relação aos preços para os próximos três meses é a mesma desde meados de agosto. Entre os entrevistados pela pesquisa BTG/FSB, 34% acham que os preços vão aumentar, outros 33% acreditam que vão diminuir, e 28% consideram que não haverá alterações.
"O início de uma trajetória de recuperação da economia, com aumento do emprego e inflação mais controlada, já foi percebido pelos eleitores nas últimas semanas, mas a melhora da percepção se estagnou. E, nesse período, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não tem capturado mais apoio em função desse cenário, o que levou a uma estabilidade da corrida eleitoral", diz Marcelo Tokarski, sócio diretor do Instituto FSB Pesquisa.
A pesquisa BTG/FSB também testou cenários de intenção de voto para presidente. Em relação à sondagem feita na semana passada, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) perdeu um ponto percentual, e agora está com 42%. Bolsonaro recou dois pontos, e está com 34%. Simone Tebet (MDB) registrou uma alta de 2 pontos, e ficou com 6%. Apesar de todas essas mudanças estarem dentro da margem de erro, a senadora cresce há duas rodadas consecutivas.
Lula aparece na pesquisa BTG/FSB com 58% das intenções de voto entre beneficiários do Auxílio Brasil. Bolsonaro tem 23%. Havia uma expectativa de que o novo valor do Auxílio Brasil - de 400 para 600 reais - alterasse as intenções de voto em favor do presidente, em especial nesta faixa do eleitorado.
Na parcela dos eleitores que não recebe benefícios sociais, 39% dizem que votariam em Lula, e 36% em Bolsonaro. Outros candidatos são mencionados por 17% do eleitorado. Entre aqueles que não recebem auxílio, mas conhecem alguém que tenha o benefício, 48% dizem que votariam em Lula no primeiro turno, e 23% em Bolsonaro.