7 provas de que o Brasil virou um país melhor em 10 anos
As pessoas têm mais dinheiro no fim do mês, mas 2 em cada 3 brasileiros ainda vivem com menos de 2 salários-mínimos. Veja este e outros exemplos retirados do Censo do IBGE que mostram que o Brasil melhorou entre 2000 e 2010, mas precisa evoluir muito mais
Melhor que antes, mas longe da perfeição (Kiko Ferrite/EXAME)
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2012 às 15h17.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h11.
1. Melhor que antes, mas longe da perfeiçãozoom_out_map
1/9(Kiko Ferrite/EXAME)
São Paulo – A mais completa radiografia do Brasil e do povo brasileiro surge a cada 10 anos por meio dos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Nesta quarta-feira, o IBGE concluiu de uma vez por todas o lançamento pormenorizado dos dados do Censo 2010. Com isso, é possível enxergar o quadro da evolução do Brasil no período compreendido entre 2000 e 2010. O cenário é de melhora, mas sem razões para euforia: se melhorou em vários aspectos relacionados a distribuição de renda e educação, por exemplo, há ainda inúmeros desafios que se colocam até 2020, quando o IBGE lançará outro censo e, espera-se, teremos evoluído ainda mais. EXAME.com selecionou 7 exemplos de que o Brasil é sim hoje um país melhor, junto com outros 7 lembretes de que ainda há muito a percorrer.
Evolução: A participação delas no mercado de trabalho aumentou 24% entre 2000 e 2010. Antes 35,4% das mulheres com 10 anos ou mais tinham trabalho, número que passou para 43,9% em 2010. No mesmo período, a participação masculina aumentou 3,5%. O que ainda precisa melhorar muito: o rendimento médio mensal delas (1070 reais) é ainda bem inferior ao deles (1.451 reais).
Evolução: No período de 10 anos em questão, o rendimento real médio mensal de todos os trabalhos dos cidadãos cresceu 5,5%. No grupo de 10% da base da pirâmide, isto é, com as menores remunerações, o crescimento real foi de 35,9%. O que ainda precisa melhorar muito: 2 em cada 3 brasileiros ainda vivem com salários que totalizam, no fim do mês, até 2 salários mínimos.
Evolução: A diferença entre os rendimentos da população mais rica e pobre do país diminuiu 11% entre 2000 e 2010. Isso fez com que o Índice de Gini do rendimento mensal dos trabalhos do Brasil chegasse a 0,536, contra 0,602 no ano 2000. O que ainda precisa melhorar muito: Os bons resultados não podem ser vistos em todo o Brasil. Basicamente, todos os estados do Nordeste e Norte têm índices de Gini superiores à média brasileira, isto é, são mais desiguais que a média do país. Quanto menor o número, melhor a distribuição de renda.
Evolução: Caiu de 14 para 12,4% a proporção de crianças e jovens de 10 a 17 anos que trabalham. O número passou de 3,9 milhões para 3,4 milhões entre 2000 e 2010. O que ainda precisa melhorar muito: Considerando apenas as crianças entre 10 e 13 anos, no entanto, o Brasil retrocedeu. Foi de 699 mil crianças em 2000 para 710 mil com algum tipo de ocupação em 2010.
Evolução: Diminuiu a porcentagem de crianças e jovens entre 7 e 14 anos fora da escola. No ano 2000, 5,5% de quem estava nessa faixa etária não estudava, o que caiu para 3,1% em 2010. O que ainda precisa melhorar muito: Mesmo assim, esses 3,1% representam quase um milhão de crianças e adolescentes de 7 a 14 anos fora da escola.
Evolução: Diminuiu no Brasil o abandono escolar precoce, que mede a proporção de jovens entre 18 a 24 anos que não completou o ensino médio. O índice era de 48% no ano 2000 e caiu para 36,5% em 2010. O que ainda precisa melhorar muito: Quase metade - 49,3% - da população de 25 anos ou mais não concluiu nem mesmo o ensino fundamental. São pessoas que terão para sempre menos oportunidades para melhorar a renda a ascender socialmente, como comprovam os números do próprio IBGE que relacionam renda e educação.
8. 7) Acesso à educação por raça e corzoom_out_map
8/9(Tânia Rêgo/ABr)
Evolução: O percentual de pessoas com 10 anos ou mais sem nenhuma instrução ou ensino fundamental incompleto diminuiu para todas as raças: foi de 56,6% para 42,8% entre os brancos, de 74,4% para 56,8% entre os negros e de 73,2% para 57,3% entre os pardos. O que ainda precisa melhorar muito: Quase 13% das pessoas de cor ou raça branca completaram o ensino superior, enquanto que apenas 4% da população de negros e pardos alcançou o mesmo nível de estudos em 2010.
9. Agora, veja como o Brasil pode encarar seu principal desafiozoom_out_map