São Paulo - Uma semana após o vazamento de relatório interno da Secretaria de Comunicação Social que criticava o governo Dilma, o ministro chefe da Secom Thomas Traumann acaba de
deixar o cargo. O relatório foi divulgado no dia 17 de março pelo jornal
O Estado de S. Paulo. Em cinco páginas, o texto faz um balanço da atuação do governo desde o fim das eleições, em outubro passado, e critica duramente as estratégias do Planalto. Segundo o documento, os eleitores de Dilma Rousseff estariam se sentindo traídos diante das medidas econômicas adotadas pela presidente e do escândalo de corrupção na Petrobras. O relatório admite que o governo vive hoje um "caos político" e uma situação de "derrota por WO". E afirma que o pronunciamento de Dilma em 8 de março irritou ainda mais os eleitores. Entre outros conselhos, o documento sugere que Dilma faça mais aparições públicas - mesmo com os panelaços. A julgar pela quantidade de entrevistas que a presidente concedeu na semana passada, ela provavelmente acatou a proposta, mesmo aceitando, hoje, a demissão de Traumann. Em uma semana, Traumann é o segundo ministro de Dilma a pedir demissão. O então ministro da Educação Cid Gomes também
deixou o cargo após um bate-boca com parlamentares no plenário da Câmara. Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná, Traumann teve passagens pelo jornal Folha de S. Paulo e pelas revistas Veja e Época. Traumann estava no governo desde 2011, quando assumiu a coordenação da área de imprensa da Casa Civil. Após o anúncio de sua saída, o ex-ministro postou no
Twitter trecho de uma música de Paulinho da Viola: "Vou imprimir novos rumos/ Ao barco agitado que foi minha vida". Veja 7 frases do relatório que critica o governo.