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62% rejeitam Eduardo embaixador e 55% criticam falas recentes de Bolsonaro

Pesquisa da XP/Ipespe também mostra que avaliação de ruim/péssimo do governo chegou a 38%, maior índice numérico desde início do mandato

Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro: indicação de filho não pegou bem (Fabio Rodrigues Pozzebom//Agência Brasil)

Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro: indicação de filho não pegou bem (Fabio Rodrigues Pozzebom//Agência Brasil)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 9 de agosto de 2019 às 16h35.

Última atualização em 9 de agosto de 2019 às 18h40.

São Paulo - 62% dos brasileiros são contra e 29% são a favor da indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.

Os dados são de uma pesquisa da XP/Ipespe com 1.000 entrevistas por telefone realizadas nos dias 5, 6 e 7 de agosto e divulgada nesta sexta-feira (09). A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

O nível de rejeição é exatamente o mesmo registrada por uma pesquisa divulgada recentemente pela consultoria Atlas Político com base em entrevistas na internet.

Na quinta-feira, o governo americano concedeu o agrément para que Eduardo assuma o posto, mas a indicação ainda precisa ser aprovada pelo Senado.

Governo e Congresso

A pesquisa da XP/Ipespe mostra também que a avaliação de ruim/péssimo do governo Bolsonaro chegou a 38%, uma alta de 3 pontos percentuais em relação a julho.

Ainda que a variação esteja dentro da margem de erro, este é o maior índice numérico registrado desde o início do mandato. Em fevereiro, o governo tinha apenas 17% de ruim/péssimo.

A avaliação de ótimo/bom ficou em 33% em agosto, na mesma faixa dos 34% registrados ao longo dos meses de maio, junho e julho. A avaliação de regular está em 27%, também inalterada.

Na contramão do governo, a rejeição ao Congresso caiu fora da margem de erro. A taxa de ruim/péssimo foi de 45% para 41% entre julho e agosto, enquanto a de regular subiu de 39% para 43%. A taxa de ótimo/bom segue em 12%.

Falas

Os entrevistados também foram questionados sobre as últimas falas do presidente, que subiu o tom da agressividade nas últimas semanas.

Bolsonaro questionou dados oficiais sobre desmatamento, negou que haja fome no país, se referiu a nordestinos de forma pejorativa, sugeriu censura oficial de filmes realizados com apoio estatal e provocou o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, ao insinuar que seu pai não foi morto pela ditadura, o que é comprovado por documentos do governo.

55% avaliaram como "inadequadas" as falas do presidente no último mês, enquanto 43% classificaram como "normais porque é o jeito dele".

Questionados sobre o impacto dessas frases para a administração do país, 44% afirmaram que as declarações atrapalham muito, 28% que atrapalham um pouco e 26% que não têm efeito.

Futuro

A expectativa de que o resto do mandato de Bolsonaro seja ótimo/bom caiu de 47% para 44% no último mês, também dentro da margem de erro mas com queda de 19 pontos percentuais em relação a janeiro.

A percepção de que a corrupção no Brasil nos próximos 6 meses terá "diminuído ou diminuído muito" caiu de 39% para 35% em um mês, fora da margem de erro e também 19 pontos abaixo do pico.

Os entrevistados também responderam sobre a recém-anunciada permissão para saque de 500 reais de contas ativas e inativas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

Apenas 19% dizem que serão beneficiados. Sobre os recursos liberados, 41% usarão para pagar dívidas e 26% vão investir, enquanto 10% pretendem usar para consumo e 8% não pretendem fazer o saque.

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